sexta-feira, 26 de junho de 2009

O fim da obrigatoriedade do diploma no jornalismo

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Depois de décadas de redações se encolhendo e salários se achatando, a internet veio para tornar o profissional tecnicamente obsoleto e, agora, o STF veio para lavrar a obsolescência da profissão em cartório: para trabalhar como jornalista, não é mais necessário se formar em jornalismo (não é mais necessário ter diploma de jornalista) – o que ensejou a conclusão, entre muitos, de que, para trabalhar com jornalismo, não é mais preciso nem... ser jornalista.
Sobrou para os blogueiros, claro. Mas não é a mesma “guerra” da outra semana: não é a velha geração querendo manter o controle dos meios e a nova se rebelando, numa disputa entre o mainstream de antes e o de agora. A grita, neste momento, é mais pela sensação, entre universitários, de que o diploma – antes garantia de uma certa “reserva de mercado” – agora não é mais garantia de nada – porque, para trabalhar com jornalismo, aparentemente qualquer diploma de curso superior vale...
O argumento está baseado na falta de experiência de quem não conhece o mercado de trabalho e que, portanto, não sabe que nenhum diploma é garantia de nada – em toda e qualquer profissão. A obsolescência dos jornalistas e dos futuros jornalistas (agora em formação) não é a do diploma – está mais ligada à visão romântica de que ainda existem redações de jornal, como as de cinema, quando a prática se aproxima, cada vez mais, do dia a dia dos... blogs!
Se um estudante montasse seu veículo on-line, no começo do curso de jornalismo, em alguns anos sairia melhor preparado, para a futura realidade da profissão, do que teóricos das antigas práticas, diagramando com tesoura e cola, discutindo a censura na ditadura militar, apegando-se a suportes, como o papel, virtualmente condenados... O debate, do diploma, deveria alargar suas fronteiras e abordar as verdadeiras questões – o jornalismo não é mais o que era só porque o STF decretou: o jornalismo não é mais o que era porque, no tempo, parou; e não só no Brasil, no mundo todo...

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