Um problema que se arrasta por 16 anos e entra para o quinto governo sem solução
Por Sousa Neto/Folha do Vale – Sábias palavras de um cidadão local ao comentar o drama da falta d’água em Itaporanga: um problema que atravessa anos, perpassa governos e agrava-se a cada dia por falta de vontade política. “Aqui o problema não é a falta d’água: é a falta de homens públicos de verdade”, desabafou o cidadão.
A ampliação da adutora local é uma obra barata pela sua importância: 4 milhões de reais é uma quantia irrisória para dar de beber a uma das mais importantes cidades sertanejas e onde a Cagepa arrecada uma soma financeira expressiva mensalmente, mesmo sem prestar um serviço adequado, um desrespeito flagrante ao Código do Consumidor, um crime que deveria ser apurado pelo Ministério Público.
Mas a falta d’água, que atinge todos os setores da cidade, não apenas compromete a qualidade de vida, ela também mata: em apenas um ano, quase 20 crianças morreram em Itaporanga, a maior parte delas por problemas de saúde relacionados a carências sanitárias, notadamente a falta d’água. Em áreas como a Vila Mocó, loteamento Balduino de Carvalho e Adaílton Teixeira as torneiras não pingam há pelo menos quatro anos e, em muitas residências, nem torneiras existem mais, gerando um grave problema de saúde pública.
Nos conjuntos Chagas Soares e Miguel Morato, e nos bairros Alto das Neves, Alto Ginásio e Bela Vista, e até em ruas centrais, como a Balduino, Marta Batista de Moura e outras da cidade a água chega uma ou duas vezes por semana, geralmente à noite ou durante a madrugada, mas o talão de cobrança nunca falha: o papel bate à porta do cidadão todo mês, é caro e ameaçador: “Sujeito a corte após dez dias de vencimento”. Uma piada de péssimo gosto se a ameaça não fosse real: nos últimos anos, dezenas de ligações foram cortadas pela Cagepa por atraso de pagamento. A companhia queria continuar recebendo dinheiro do cidadão sem fornecer água.
Além da insuficiência da adutora, construída há três décadas, há problemas técnicos constantes no sistema adutor, agravando ainda mais a situação: ultimamente, há dezenas de ruas da cidade que há duas semanas estão sem água.
Fraqueza política
Com seus quatro últimos prefeitos politicamente fracos, um legislativo municipal tomado por arengas internas e sem nenhum representante na Assembleia Legislativa nem na Câmara Federal, Itaporanga padece e se revolta. Passaram-se o Maranhão I, II e III; o Cássio I e II; e entrou Ricardo Coutinho. No dia 11 de julho passado, o governador, durante a plenária do orçamento estadual, anunciou abertura de um processo de licitação para construção da obra, mas, até o momento, não há informação de como anda esse processo e talvez nem esteja andando.
Na manhã desta sexta-feira, 14, a Folha (www.folhadovali.com.br) tentou obter alguma informação da gerência técnica e administrativa estadual da Cagepa, mas não conseguiu: os próprios atendentes da companhia não souberam informar, e quem poderia ter alguma informação estava ausente de seus postos de trabalho: é a velha parasitagem institucionalizada. Vejam os telefones discados: 3218-1200, 3208-1350, 3241-7191 e 3218-12711. Fotos: moradores fazem o que podem para sobreviver: recorrem a torneiras mais baixas, abrem fendas diretamente na tubulação da companhia, passam noites acordados à espera de um pouco d’água, compram água de carroceiros ou se socorrem em poços.
A ampliação da adutora local é uma obra barata pela sua importância: 4 milhões de reais é uma quantia irrisória para dar de beber a uma das mais importantes cidades sertanejas e onde a Cagepa arrecada uma soma financeira expressiva mensalmente, mesmo sem prestar um serviço adequado, um desrespeito flagrante ao Código do Consumidor, um crime que deveria ser apurado pelo Ministério Público.
Mas a falta d’água, que atinge todos os setores da cidade, não apenas compromete a qualidade de vida, ela também mata: em apenas um ano, quase 20 crianças morreram em Itaporanga, a maior parte delas por problemas de saúde relacionados a carências sanitárias, notadamente a falta d’água. Em áreas como a Vila Mocó, loteamento Balduino de Carvalho e Adaílton Teixeira as torneiras não pingam há pelo menos quatro anos e, em muitas residências, nem torneiras existem mais, gerando um grave problema de saúde pública.
Nos conjuntos Chagas Soares e Miguel Morato, e nos bairros Alto das Neves, Alto Ginásio e Bela Vista, e até em ruas centrais, como a Balduino, Marta Batista de Moura e outras da cidade a água chega uma ou duas vezes por semana, geralmente à noite ou durante a madrugada, mas o talão de cobrança nunca falha: o papel bate à porta do cidadão todo mês, é caro e ameaçador: “Sujeito a corte após dez dias de vencimento”. Uma piada de péssimo gosto se a ameaça não fosse real: nos últimos anos, dezenas de ligações foram cortadas pela Cagepa por atraso de pagamento. A companhia queria continuar recebendo dinheiro do cidadão sem fornecer água.
Além da insuficiência da adutora, construída há três décadas, há problemas técnicos constantes no sistema adutor, agravando ainda mais a situação: ultimamente, há dezenas de ruas da cidade que há duas semanas estão sem água.
Fraqueza política
Com seus quatro últimos prefeitos politicamente fracos, um legislativo municipal tomado por arengas internas e sem nenhum representante na Assembleia Legislativa nem na Câmara Federal, Itaporanga padece e se revolta. Passaram-se o Maranhão I, II e III; o Cássio I e II; e entrou Ricardo Coutinho. No dia 11 de julho passado, o governador, durante a plenária do orçamento estadual, anunciou abertura de um processo de licitação para construção da obra, mas, até o momento, não há informação de como anda esse processo e talvez nem esteja andando.
Na manhã desta sexta-feira, 14, a Folha (www.folhadovali.com.br) tentou obter alguma informação da gerência técnica e administrativa estadual da Cagepa, mas não conseguiu: os próprios atendentes da companhia não souberam informar, e quem poderia ter alguma informação estava ausente de seus postos de trabalho: é a velha parasitagem institucionalizada. Vejam os telefones discados: 3218-1200, 3208-1350, 3241-7191 e 3218-12711. Fotos: moradores fazem o que podem para sobreviver: recorrem a torneiras mais baixas, abrem fendas diretamente na tubulação da companhia, passam noites acordados à espera de um pouco d’água, compram água de carroceiros ou se socorrem em poços.
Folha do Vale
0 comentários:
Postar um comentário