quarta-feira, 6 de março de 2013

Ainda é Possível Acreditar em algum Político? (*)

Político tem conserto?

Charge Maurílio.
Charge Maurílio.

Honestos e competentes? Não. Corruptos e incapazes é como vemos nossos políticos.

Apesar dos escândalos do mensalão e dos sanguessugas, quase 90% dos 513 deputados federais pretendem concorrer à reeleição em outubro. Isso sem falar no presidente e nos governadores que querem mais quatro anos. Então vamos às urnas renovar o quê?
A pedido de Seleções, o Instituto Gerp entrevistou mil eleitores em 11 capitais brasileiras para saber o que sugerem os cidadãos que votam no próximo mês para tentar fazer o que o Congresso Nacional não fez – tirar de circulação os políticos que colaboram para a má fama de toda a classe. Depois, telefonamos para alguns deles a fim de entender melhor o que estão sentindo. Os resultados trazem grandes lições e algumas surpresas, inclusive boas.
A desconfiança dos eleitores em relação aos políticos é tamanha que, entre as sugestões apresentadas, as mais votadas foram as ligadas à transparência (relatórios na Internet, transmissão pela TV das atividades do Congresso, publicação periódica em locais de fácil acesso das contas, salários e benefícios do presidente e de governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores).
charge do politico safado e eleitor idem
“Hoje não é mais possível ter fé em nenhum partido. Tem gente ruim e gente boa espalhada em cada um deles”, diz o ponderado Devanir Vieira dos Santos, 40 anos, vendedor autônomo de Manaus. No outro extremo do país, a comerciária gaúcha Karen da Rosa, 19 anos, muda o tom, mas não o sentimento: “Só muda a sigla do partido. Nenhum tem credibilidade.”
Mas só acompanhar os passos dos políticos não é suficiente. O que os eleitores querem também é pôr a mão na massa: sonham com uma participação maior da população, por meio de debates, audiências públicas e mecanismos da democracia direta, como plebiscitos e referendos.
A cientista política gaúcha Elizabeth Pedroso, entusiasta de uma maior participação política da população, lembra que o orçamento participativo, um mecanismo típico da democracia direta, já é praticado em Porto Alegre e com resultados positivos. “As pessoas criam novas formas de participação quando outras demonstram estar enfraquecidas.”
Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da USP, também acredita que a participação popular traz benefícios para a democracia, mas alerta: “Não podemos nos iludir achando que só transparência e mecanismos de participação são suficientes para a mudança. A falta de confiança da população chegou a limites extremos.” O filósofo lembra que o mecanismo de consulta popular já foi usado duas vezes no Brasil (com o referendo sobre porte de armas, ano passado, e o plebiscito sobre regime de governo, em 1993), mas sem que fosse explorado ao máximo.

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Político tem conserto?

(*) Seleções Reader’s Digest / Por Dirley Fernandes

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