quarta-feira, 6 de julho de 2011

ASSIM ERA LAMPIÃO "O REI DO CANGAÇO"


Autor, José do Aguiar
 
Na cidade que Lampião, chegava,
Comandando a sua cabroeira
Muita gente saía na carreira
Pra não vê nem se quer a sua face
E aquele que o desafiasse
Sofreria grande decepção
De joelho pedia-lhe perdão
Com uma mão para o céu, outra no peito,
Por mais brabo que fosse, o sugeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
  
Lampião só andava bem munido
Com bastante bala na cartucheira
E um rifle autmomático de primeira
Com o qual se sentia garantido
Um punhal afiado e bem comprido
Pendurado sob o cinturão
De capangas tinha um batalhão
Que fazia as coisas do seu jeito
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "lampião."
  
No momento que era respeitado
Era manso que só uma ovelha,
Mas zangado igual uma abelha
Quando era por alguém provocado
Não mandava pra seu ninguém, recado,
Ele ia resolver a questão
A soldado, tenente e capitão
Lampião enfrentava peito a peito,
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
  
Comandando a sua cabroeira
Lampião enfrentava uma guerrilha
Não fugia da tropa e nem da trilha,
E nem era abatido na trincheira
Valentão se sumia na carreira
Quando via seu grande batalhão
Por criança, adulto e ancião
Lampião foi tratado com respeito,
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
 
Quando de uma moçinha bela e nova
Um capanga a honra lhe tirava
Se ele fosse solteiro se casava
Mas se fosse casado ia pra cova
Lampião dava nele uma sova
Pra deixa-lo embalado num caixão,
Defendendo a honra com a mão
E com uma bala desfazendo o malfeito
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
  
Fazendeiro bem rico quando via
Que a tropa na fazenda chegava
Para o mato corria e entrrava
Toda grana que ele possuía,
Quando a tropa passava, ele ia
Arrancar o seu dinheiro do chão
Não achava o buraco e então
Lamentava e chorava insatisfeito
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
  
Na cidade ou dentro dos matagais
Não temia cem homens em sua frente
Mas um susto ele tinha somente
Com a sombra de alguém vindo por trás
Foi valente, disposto e sagaz
E só matava se houvesse precisão
Fuzilava qualquer um cidadão
Que a ele mostrasse desrespeito
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
 
Só quem pôde na vida dominar
Lampião aquela fera maldita
Não foi outro, Foi Maria Bonita,
Por quem ele foi se apaixonar
Que somente o amor pode amansar
Qualquer "cabra" carrasco e valentão
Mas os homens valentes do sertão
Lampião os levava era de eito
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."
  
Nesses versos eu descreví um pouco
"Lampião" que viveu antigamente
Uns chamavam o mesmo de valente
Mas já outros chamavam era de louco
Quando ele se achava em sufoco
Se valhia da arma ou oração
Com o rifle empunhado em sua mão
Ele achava que estava sem defeito
Por mais brabo que fosse, o sujeito
Se curvava nos pés de "Lampião."

 
ESSE MOTE FOI COMPOSTO
POR JOSÉ DO AGUIAR
UM POETA QUE NASCEU
PARA ESCREVER E CANTAR
MORA FORA, MAS JAMAIS,
ESQUECE O SEU LUGAR.

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