Estando eu conectado na internet, especificamente no site do jornal Folha do Vale, e não mais tradicionalmente folheando o mesmo, como de costume (por falta de recursos financeiros, o jornal impresso saiu de circulação), deparei-me com uma de muitas notícias importantes sobre a região que carrega o nome do jornal. A referida notícia traz o título “Adutora de Itaporanga foi incluída no plano de saneamento do governo estadual”.
Sobre essa importante matéria, quero aqui fazer um comentário adicional, pois concordo plenamente com o que foi colocado no texto; o que só qualifica ainda mais o jornal como o principal agente, que traz e explana em forma de notícia as necessidades da região do Vale do Piancó.
Para fazer este comentário, tenho que levar o prezado internauta, que lê este texto, a direcionar-se para outra página da internet, a saber, do governo do estado da Paraíba, ou www.paraíba.gov.br, na aba serviços, encontramos a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), e estando nesta página, vocês vão confirmar os dados, onde se destacam os 121 reservatórios ou açudes monitorados pela citada agência.
Eu particularmente visito a página acima com mais frequência, nas épocas de chuvas, onde Deus, na sua infinita bondade, enche esses reservatórios com o “líquido precioso e essencial à vida”, embora muitos, levados por apologias dum progresso desenfreado e desorganizado, ousam tirar este título e darem ao importante líquido, chamado petróleo.
Esses 121 reservatórios do estado, totalizam apenas um acúmulo de água de quatro bilhões de metros cúbicos, sendo que trinta e três por cento desse volume concentra-se apenas em um reservatório, o de Coremas. Esta realidade, nos leva a concluir a falta de visão de alguns políticos que outrora tiveram a oportunidade, outorgada pelo povo paraibano, de conduzir administrativamente os destinos do nosso estado. Falo de falta de visão, pois facilmente conclui-se, pelos pequenos açudes no estado, que esses administradores, trabalharam projetos equivocados de combate à seca, numa região com fatores adversos naturais e característicos, onde se destaca principalmente a baixa frequência de chuvas, ano após ano, que tem como consequência direta a já conhecida e popular “seca”, que traz efeitos maléficos para a região e como também para a população, mas que incrivelmente torna-se ferramenta de oportunidade, para representantes do povo, com discursos inflamados, apresentarem, digo mais uma vez “projetos equivocados de combate à seca”, que nunca solucionam o problema da região.
Faço aqui, um paralelo com outro estado também nordestino, o Ceará, que tem e mantém uma política hídrica invejável; atualmente são 133 reservatórios, com um volume de armazenamento de água de dezessete bilhões e oitocentos milhões de metros cúbicos, com destaque para o reservatório, conhecido como Açude Castanhão, que sozinho tem um acúmulo de água, de seis bilhões e setecentos milhões de metros cúbicos (ousado projeto); ele sozinho, tem um volume de armazenamento que quase duplica o volume de água dos reservatórios da Paraíba.
Voltando a notícia veiculada no jornal Folha do Vale, sobre o importante projeto da adutora de Itaporanga, e diante de um novo governo no estado, quero dizer que o açude que abastece a cidade de Itaporanga, conhecido como “Açude de Cachoeira”, que é o atual reservatório da adutora, tem apenas um volume de água de dez milhões de metros cúbicos; água insuficiente hoje, para abastecer uma cidade que segue num grande ritmo de crescimento.
Diante do exposto, esperamos, que junto com esse projeto de ampliação da adutora, concomitantemente seja feito a ampliação do pequeno açude, que não secou o ano passado (o que causaria grande transtorno para a população), por misericórdia do nosso Deus. Sendo conveniente também informar, que o abastecimento à população é feito com racionamento o ano todo, pois é a única alternativa da concessionária, diante da insuficiência logística da adutora, como também pelo pequeno volume d’água do açude.
Enfim, que esse novo governo, veja a carência de água do Estado, adote urgentemente políticas direcionadas para esse setor e entenda o que muitas instituições não governamentais já entenderam, “que políticas de combate à seca, fracassam, mas políticas de convivência com a seca prosperam”.
Ildevan Teixeira de Araújo, de Itaporanga / Folha do Vale
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