sábado, 2 de março de 2013

Idosos e até crianças explorados em obras públicas. Funasa começou investigar o caso

Dois sítios de Santana de Mangueira foram vistoriados e moradores confirmaram abusos


Por Redação da Folha Moradores de dois sítios (Coruja e Figueiras), no município de Santana de Mangueira, confirmaram à Folha (www.folhadovali.com.br) a visita de uma equipe da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que foi às comunidades na tarde da última quinta-feira, 28, motivada por denúncia dos próprios residentes de que a construtora responsável pela execução de cisternas nas localidades estaria obrigando os beneficiários, inclusive idosos, a trabalhar gratuitamente nas obras, que são financiadas com recursos públicos e fruto um convênio entre a fundação e a Prefeitura.

Revoltados, os moradores entregaram um abaixo-assinado aos fiscais da Funasa e relataram todos os abusos sofridos, confirmando as denúncias. Sob ameaça de ficarem sem o beneficio se não trabalharem gratuitamente nas obras, eles são obrigados a escavar, por conta própria, as cisternas. Um serviço que é custeado pelo governo, que paga mais de 500 reais por cada buraco escavado, mas, conforme a denúncia, a construtora, não satisfeita com todo o lucro que já tem com a execução do projeto, explora a mão de obra dos beneficiários e embolsa o dinheiro que seria para pagar a escavação.

Um dos idosos das duas localidades, Francisco Rodrigues da Silva, 72 anos, narra que foi obrigado, sob pena de ficar sem o benefício, a escavar o buraco, o que não fez por falta de condição física para trabalho tão forçado. Temendo perder a cisterna, obra tão importante para um lugar seco e distante, famílias inteiras, mulheres e até crianças, dedicam-se penosamente ao serviço. A coisa é tão absurda que até a água para fixação do piso das cisternas, quando forem concluída, cerca de 16 mil litros para cada uma delas, os beneficiários vão ter que arrumar, mesmo sem qualquer condição de contratar carro-pipa, um serviço que também é de responsabilidade da empresa.

Nas duas localidades, um total de 60 cisternas foram iniciadas, mas as queixas dos moradores são muitas. Eles asseguram que nenhum fiscal da Prefeitura apareceu no local para averiguar o andamento das obras, e sabem que estão fazendo um trabalho que é de responsabilidade da construtora e por isso resolveram ligar para a Funasa e também pretendem procurar o Ministério Público. Qualquer pessoa que queira denunciar irregularidades em obras na região pode ligar para o telefone da Funasa: (83) 3216-2418.  

Fotos: Funasa visita comunidades; morador em um serviço que não é de sua responsabilidade; e idoso se queixa que está ameaçado de fica sem o benefício porque não teve força para escavar a cisterna.

0 comentários:

Postar um comentário