João Dehon Fonseca
A espécie mais consumida é a Cannabis sativa (hemp): uma planta da família Cannabaceae, que há séculos tem sido cultivada por causa de sua fibra, suas sementes e seu poder narcótico: das folhas e flores, duas drogas são extraídas: a marijuana e o hashish. Ao contrário do que muitos podem acreditar, o uso desta planta como narcótico é, de longe, ultrapassado por suas fibras e sementes.
A espécie mais consumida é a Cannabis sativa (hemp): uma planta da família Cannabaceae, que há séculos tem sido cultivada por causa de sua fibra, suas sementes e seu poder narcótico: das folhas e flores, duas drogas são extraídas: a marijuana e o hashish. Ao contrário do que muitos podem acreditar, o uso desta planta como narcótico é, de longe, ultrapassado por suas fibras e sementes.
O cultivo do hemp teve origem na Ásia central; na China, por exemplo, existem registros do uso das fibras de Hemp mesmo antes do ano 2800 A.C.. O hemp é uma planta que cresce em zonas temperadas e é cortada anualmente. Pode atingir 5 metros de altura, mas a altura média oscila entre 2 a 3 metros. As folhas são digitadas e as flores são pequenas e amareladas.
A griffe Maconha
Tecidos feitos com fibras da cannabis são, atualmente, altamente fashion.
As fibras são obtidas através de uma série de operações, incluindo o desfolhamento, a secagem, esmagamento e agitação, que separam as fibras da madeira, resultando em longas e finas fibras, de cerca de 1,8 metros. Estas fibras são fortes e duráveis, e são utilizadas para a fabricação de cordas, cabos, esponjas, tecidos (similar ao linho) e fios. O óleo é obtido das sementes (cerca de 30% em peso) e é utilizado para o preparo de tintas, vernizes, sabões e óleo comestível. O maior uso das sementes, entretanto, é para a alimentação de pássaros domésticos. Os maiores consumidores das sementes de hemp são a Itália, UK, Bélgica, Alemanha e França.
Também da China vem o primeiro registro do uso da cannabis sativa por seus efeitos narcóticos: no ano 2700 A.C. a cannabis era utilizada na medicina chinesa como um analgésico, anestésico, antidepressivo, antibiótico e sedativo. No decorrer da história, vários povos encontraram usos medicinais para a cannabis. Mais recentemente, no século XIX, a planta era indicada para o tratamento da gonorréia e da angina! O principal ingrediente ativo na cannabis sativa é o tetrahidrocannabinol (THC), que está presente em praticamente todas as partes da planta, mas principalmente nas flores e na resina das fêmeas.
O Bong é utilizado para esfriar e suavizar a forte fumaça produzida pelo hashish
O uso como narcótico para fins não medicinais, entretanto, é bastante difundido no mundo inteiro, através de várias formas de preparto e consumo da erva. Marijuana, hashish, charas, ghanja, bhang, kef e dagga são algumas das maneiras que a cannabis pode ser consumida. Hashish - o nome deriva da secção dos Mohammedan conhecidos como Hashishin ou "assassinos", que, liderados pelo Persa Hasan-e Sabba, combateram as Cruzadas nos séculos XI e XII - é a forma mais potente do consumo de cannabis (contém cerca de 15% de THC!), sendo cerca de 12 vezes mais forte do que a marijuana. Consiste, basicamente, na resina liberada pelas plantas (cannabin). Usuários africanos comem (misturado com bolos ou biscoitos) ou fumam o hashish; muitas vezes, utilizam o "cachimbo-d'água" - bong ou narguilé - para suavizar a forte fumaça. Poucas regiões, entretanto, produzem plantas ricas em resinas o suficiente para a preparação do hashish. Esta droga foi introduzida na Europa durante o período de Napoleão, e ainda hoje é bastante utilizada, sendo uma das formas mais comuns na França e Inglaterra da cannabis. Na Índia, o hashish é preparado de uma maneira ligeiramente diferente e é chamado de charas.
Como se faz o Hashish?
A maior parte do hashish consumido no mundo é preparado manualmente: operários do tráfico percorrem as fazendas de cannabis e extraem - com as mãos - a abundante resina presente no topo dos galhos da planta.
Ghanja é uma forma menos popular da cannabis; ao contrário do hashish e charas, que contém somente a resina das plantas, a ghanja é preparada também com as flores, folhas e alguns galhos da cannabis. Mesmo assim, a ghanja é particularmente potente, pois é preparada com plantas selecionadas, generosamente ricas em resina. Muito comum na Índia, a ghanja é fumada em cachimbos ou em cigarros. Também da Índia vem o bhang, uma preparação parecida com a ghanja mas isenta das flores da cannabis. Por isso, contém menos resina e é menos potente.
A Marijuana é a forma mais utilizada da Cannabis no hemisfério ocidental
Muitas vezes, o bhang é também transformado em uma bebida: as folhas são reduzidas a um fino pó que é macerado com água. Após a ebulição, obtém-se um líquido bastante narcótico, que também é utilizado em vários rituais Hindus. É, literalmente, um chá de cannabis.
A marijuana é a forma preferencial do consumo da cannabis no hemisfério ocidental. Consiste na mistura de várias partes da planta seca: folhas, galhos, flores e sementes. É uma forma bem branda de consumo, tal como o bhang da Índia. Tipicamente, é fumada em cigarros (baseados) ou cachimbos. Ocasionalmente, entretanto, é ingerida sob a forma de chás ou cozida na forma de bolos. A potência da marijuana varia muito, em função da planta utilizada.
A planta seca
A marijuana consiste na cannabis inteira - galhos, folhas e flores - seca.
O uso milenar da planta por suas sementes e fibras vem sido dificultado: em muitos lugares o cultivo da cannabis é proibido, mesmo que para fins não narcóticos. Algumas variedades geneticamente modificadas - incapazes de produzirem quantidades apreciáveis de cannabinóides - foram introduzidas na agricultura. Hoje, mesmo no Brasil, é possível se encontrar roupas e outros artefatos produzidos com fibras de cânhamo.
Você sabia?
Câ-nha-mo x Ma-co-nha
No Brasil, a marijuana é popularmente chamada de maconha. Este nome vem de um trocadilho com a palavra cânhamo, a forma como o hemp era conhecido pelos sul-americanos. No Brasil, após a proibição do cânhamo, os usuários inventaram uma espécie de código não ilícito para se referir à droga. A moda pegou e, hoje, a palavra é mais conhecida do que a versão original e existe até mesmo nos dicionários!
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