Anderson Scardoelli
A emissora de TV por assinatura argentina Cablevisión teve sua sede, em Buenos Aires, invadida por militares na tarde desta terça-feira, 20. A ocupação durou cerca de três horas e o veículo chegou a ficar fora do ar em alguns momentos, conforme afirma o site da empresa. O canal pertence ao maior grupo de comunicação do país, que é responsável pela publicação do Clarín.
Em sua versão online, o Clarín criticou duramente a decisão dos militares. De acordo com o site, a invasão ao canal de TV aconteceu devido a uma ordem judicial com base em uma denúncia apresentada pelo concorrente Supercanal, a quem o grupo mandatário da TV invadida classificou como “alinhado ao Kirchenismo”. O termo faz alusão ao sobrenome da presidente argentina, Cristina Kirchner.
Outra reclamação do Clarín é o fato de a decisão judicial, que acatou a denúncia e permitiu que cerca de 50 militares entrassem nos estúdios da Cablevisión, ter sido emitida pela Justiça de Mendoza, interior da Argentina, cidade em que o grupo ressalta não ter nenhuma operação. O site do jornal também publica que a ação militar foi acompanhada na íntegra por profissionais de emissoras que apoiam o governo de Cristina, sendo citados como “ultraoficialistas”.
Segundo o Clarín, o advogado da empresa televisiva já apresentou duas denúncias criminais por invasão e abuso de autoridade. O veículo ainda menciona que a ação realizada hoje foi sem precedentes, podendo ser comparada apenas na ocasião em que a redação do Clarín foi “recebida” por cerca de 200 fiscais em 2009.
“A polícia ocupou o nono andar do prédio, trancou-nos e pediu todos os documentos para os executivos da empresa. Eles foram, então, ocupando outros andares da sede da Cablevisión. Eles também checaram os pertences de cada pessoa que entrou na sede da empresa”, relata o site do Clarín.
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