Com todos os municípios do Vale sob estado de emergência e calamidade pública, parece não ser conveniente nem viável as Prefeituras gastarem com festa
Por Isaías Teixeira/Folha do Vale
A prefeita de Emas, Fernanda Marinho, é a primeira gestora regional, até agora, decidida a cancelar a festa junina do município em função da estiagem. Além dela, outros onze prefeitos paraibanos também decidiram não fazer o evento ou diminuir os custos da tradicional festa, a exemplo de Patos, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br).
Em Itaporanga, cidade que promove a maior festa junina do Vale, com o seu tradicional São Pedro, o prefeito Djaci Brasileiro deverá manter o evento, assim como a maioria dos municípios regionais.
A campanha pelo cancelamento das festas juninas no Vale tem sido defendida e propalada pelo padre Djacy Brasileiro, de Pedra Branca. No Facebook, maior rede social do mundo, ele criou a campanha “Gastos com festas não combinam com seca” e vem sendo diariamente divulgada por ele, convencendo milhares de pessoas a compartilharem a ideia.
Segundo o padre, que tem verificado in loco o drama de comunidades rurais que sofrem com a seca, “um município que decreta estado de emergência devido às consequências danosas da seca, mas, ao mesmo tempo, promove festas com bandas e mais bandas, não está entrando em uma grande contradição? Não se trata de incoerência? É ou não é hipocrisia?”.
Em alguns municípios do estado, onde o gestor decidiu continuar com a realização das festividades de São João, o prefeito tem optado pela diminuição dos custos do evento e do número de dias de festas. Em Patos, por exemplo, o prefeito Nabor Wanderley cancelou os contratos com a banda Aviões do Forró e o sertanejo Michel Teló, cujos cachês beiram em torno de R$ 250 mil, e a festa, considerada a maior do Sertão, que antes teria doze dias, será realizada em dez.
Na Paraíba, 170 municípios estão em estado de emergência, mas estima-se que outros vinte igualmente já sofrem com a estiagem.
Foto (padre Djacy Brasileiro): situação é mais alarmente na zona rural, onde a água e o pasto estão cada vez mais escassos, e na roça nada vingou este ano.
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