Lixão se acumula dentro da própria área urbana e acarreta incontáveis prejuízos para os piancoenses
Por Redação da Folha
Uma cidade administrada há oito anos por uma médica, e que não dá um bom exemplo sanitário, ao contrário: o que ocorre em Piancó é um crime ambiental de conseqüências terríveis para a população local e à natureza, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br).
Colado à cidade, um lixão é o retrato máximo do descaso do poder público. No local são depositados entulhos e detritos das mais variadas origens: de plásticos a víceras de animais oriundas do matadouro, que também é dentro da cidade. Lixos domésticos e urbanos, materiais orgânicos e inorgânicos, tudo é jogado na área, que é extensa e cada vez mais tem aumentado.
No lixão, proliferam-se insetos e animais nocivos, mas muitos seres humanos também vivem dele: mulheres, idosos e crianças misturam-se aos bichos em uma disputa feroz pela sobrevivência. De restos de carne a materiais recicláveis, tudo é aproveitado.
Muitos também tiram proveito do lixão para a engorda de animais destinados ao abate, principalmente porcos. São vários criadouros espalhados pelo lixão, que alimenta os animais e, estes, depois, vão alimentar a população de Piancó e de outras cidades do Vale.
Além de todo prejuízo à saúde, o lixão acarreta vários danos ao meio ambiente: a fumaça oriunda de sua queima é nociva aos humanos e à natureza, assim como o chorume e os resíduos conduzidos pela chuva e pelo vento contaminam solo e água superficial e subterrânea.
Há quase oito anos administrando Piancó, a médica Flávia Galdino não conseguiu revolver o mais grave problema sanitário e ambiental do município, mas as autoridades ambientais do estado também estão omissas.
No último dia 13, por ocasião de um evento ambiental na cidade, o secretario executivo do Meio Ambiente, Cristiano Zenaide, visitou o lixão e ficou espantado com o que viu, e esse olhar sobre o problema pode resultar em alguma ação prática.
Foto (Zeca Alves): criança pastoreia suínos no vasto lixão.
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