terça-feira, 30 de outubro de 2012

O MAGO REI


                                       

O MAGO REI
( João Dehon Fonseca em 30-10-2012 )


Da vida só temos uma certeza, a morte. E na compreensão dos nossos irmãos espíritas, a vida não teria significado nenhum se a “morte” não fosse um dos seus componentes.
 
O grande Pietro Ubaldo autor do livro a Grande Síntese diz: “O amor eterniza a imagem e a figura de quem cerrou os olhos da vida material.”

 Sinval Pinto Brandão nasceu na nossa Itaporanga quando ainda era Misericórdia, filho de Belmiro e da querida Dona Totonha, Estudou e fez o curso ginasial, mas sempre foi voltado para o empreendimento e se tornou empresário.
 
Casou-se com Pulquéria Pinto, sua parenta e teve como filhos: Sinval, Saulo, Samuel, Sávio e Sara. Essa família linda sempre foi pautada pela alegria de Sinval e pela irreverência de Pulquéria que todos conheciam com Queza.
 
Com o seu sentido empreendedor, Sinval foi visto pela sociedade de Itaporanguense como um homem que sempre esteve à frente do tempo, e essa mesma sociedade lhe pôs como Presidente do Atlântida Clube, Campestre Clube, Lions Clube e à frente desses sodalícios mostrou sua capacidade administrativa o que o projetou como um grande administrador comprovando este fato quando assumiu a Prefeitura Municipal de Itaporanga de 1973 a 1977.
 
Sinval era carismático, sua personalidade era marcante, característica dos homens que têm sentimentos, que se emocionam, que choram, que demonstram claramente suas ideias, foi um ser humano impossível de passar despercebido, era amigo dos amigos e esse fato marcou sua presença na vida de muitas pessoas. Mesmo se decepcionando algumas vezes, Sinval propagou e lutou pelos valores éticos e morais, ensinando a todos o verdadeiro caminho da vida.
 
Era cheio de energia, ativo e com a excepcional capacidade de tirar proveito de qualquer situação, por pior que ela fosse. Durante sua vida brincou e alegrou todas as festas da sociedade itaporanguense, principalmente o carnaval onde fazia parte de um bloco, cujo nome era irreverência pura: “Os Dez Florados”, composto por ele, Chico Augusto, José Rodrigues, Jesus Fonseca, Ivomá Vieira, Ranulfo Pereira, Giseudo entre outros.
 
Sempre que encontrava comigo enaltecia o nome de minha mãe e sempre tinha uma palavra de estímulo demonstrando que se sentia satisfeitos com o meu progresso, retratando o que afirmou o escritor Miguel Reale: “…
 
A razão pela qual não podemos ser felizes sozinhos, trancados na ilha de nosso egoísmo, sem a alma participante aberta às aspirações coletivas. É o motivo pelo qual a maior felicidade é fazermos os outros felizes. Não é feliz quem não educa a visão intelectual, a sensibilidade, a forma de querer. A conquista da felicidade é uma vitória do espírito, do tempo, a formação de um estado de consciência que esteja em harmonia com o momento que estamos vivendo e com tudo aquilo que nos cerca.”
 
Sinval se identificava muito bem com qualquer filosofia a respeito de felicidade ou de amizade, porque era assim que ele vivia. Colocava a alegria, a piada, a ironia brincalhona aonde quer que estivesse, isto o colocava num esplendor irradiante.

 Dentro dos limites foi um homem vitorioso e sempre tinha orgulho de tudo que executava e o melhor de tudo é que era uma pessoa humilde e isso o fazia continuar aprendendo o que a vida tinha para lhe ensinar.

 Lembro-me que uma vez, o meu primo de saudosa memória, Agostinho Fonseca, havia sofrido um pequeno acidente e estava com uma hemorragia muito grande, já que era hemofílico. Sinval como prefeito da cidade que era, subiu foi até ao hospital e ordenou ao médico de plantão que fizesse o possível e o impossível para que nosso Agostinho se recuperasse.
 
Como autodidata era um grande professor e o seu exemplo não era uma maneira de ensinar, mas sim, a única, pois fazia transparecer que melhor que o sonho é a realização.
 
Sinval, Diassis Leite, Cesar Nitão sempre foram amigos e sempre procuraram dar conselhos aos mais novos e isto nos estimulava a termos ideias própria e seguirmos os nossos caminhos com dignidade. O bom disso tudo é que todos eles se sentiam e alguns ainda se sentem felizes com o sucesso da juventude.
 
O falecimento de Sinval e os comentários a respeito do fato dão um testemunho que ele realmente alcançou na vida o seu objetivo. De ontem para hoje, já li nas redes sociais, blogs e sites diversos depoimentos enaltecendo esse Itaporanguense ilustre.
 
Tenho certeza que o legado que ele deixou para cada um dos seus filhos será um legado com sementes férteis que serão multiplicadas para outras gerações que continuarão seu lema aqui na terra por uma infinidade de tempo o que imortalizará nos nossos corações, esse Mago Rei que nasceu no dia dos Reis Magos.
 
Até breve, Sinval.
 
Fonte: Itaporanga.net

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