Sem pasto e a água suficientes, muitos animais não resistem, e a tendência é o agravamento da situação
Por Redação da Folha – Uma região que nasceu exatamente da força econômica da criação de gado bovino, hoje amarga grandes prejuízos na pecuária, resultado da seca deste ano. A estiagem prolongada acabou com a pastagem e secou a água dos pequenos açudes, comprometendo o sustento dos animais. Até dezembro, centenas deles terão morrido ou negociados por valores a quem do mercado.
Diante de tantas dificuldades, muitos criadores não têm outra saída: desfazem-se de parte do seu rebanho a preços baixos para evitar um prejuízo ainda maior. Este ano, centenas de animais bovinos já morreram em consequência da fome e sede ou de doenças advindas da subnutrição, reduzindo drasticamente o rebanho regional, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br).
E o problema tende a se agravar. A estiagem deve seguir pelo menos até dezembro, e até agora não há uma previsão definitiva e confiável sobre regularidade pluviométrica na região no próximo ano.
Atualmente, além da falta de pasto, a escassez d´água é outro obstáculo para a pecuária: muitos rebanhos precisam ser deslocados a grandes distâncias para beber. Quanto ao alimento, o governo estadual está distribuindo ração para os criadores regionais, mas o benefício não chega a todos nem é suficiente, além de ter chegado tarde.
As dificuldades que os pecuaristas enfrentam este ano refletem diretamente no valor dos produtos de origem animal: o preço do leite, do queijo e da carne está mais alto. No entanto, o maior prejuízo econômico é a redução do rebanho, o que empobrece o criador e tem consequências econômicas danosas ao Vale.
Foto: terras do Vale têm sido um cemitério de animais.
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