Diante da estreiteza, da desfaçatez e até mesmo da indiferença capitaneada pelo Governo Federal, a seca volta a atormentar a vida no interior nordestino, dizimando rebanhos, provocando fome e sede e ferindo a dignidade de uma população inteira.
A seca volta com a sua costumeira naturalidade, causando transtornos a uma imensidão de esfomeados. Ela volta inclemente e com força total e, sarcasticamente, zomba daqueles que deveriam combatê-la. Chama-os de incompetentes, mas, admite que são contumazes aproveitadores da miséria alheia.
Regojiza-se da sua força e, implacavelmente, bebe toda a água disponível dos mananciais e dos poucos reservatórios existentes. Com fome gananciosa mata os nossos animais e deixa estéreis as nossas terras. Avisa que tempo de seca é tudo uma coisa só. Mexeu com seca, mexeu com sofrimento.
Hoje, o sertanejo convive com a terra desnuda, esturricada, cheia de pedregulhos, sem o menor ar de vida. Depara-se diariamente com o mugido esfomeado dos nossos animais, com uma imensidão de carcaças apodrecidas nos beirais das estradas; campos vazios e rios completamente secos. Este é o retrato fiel do semi-árido nordestino.
E, mesmo diante de uma situação de calamidade, a classe política ainda não se conscientizou desse grave problema e continua impassível diante de uma situação considerada da maior gravidade. Aqui ou acolá se ouve alguma voz isolada, sem qualquer ressonância, clamando por providências que nunca chegam.
A seca que atinge o semi-árido nordestino está sendo considerada a mais violenta dos últimos 30 anos. Os seus efeitos são arrasadores e as consequências pior ainda. Serão necessários anos afins para a recuperação do nosso rebanho, da nossa bacia leiteira e da nossa economia.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, com sede em Recife-PE, “a seca deste ano é mais severa do que as de 1983 e 1998, provocadas pelo El Niño, e abrange uma superfície de terras bem maior”. A situação é de desolação já que afeta diretamente em torno de 10 milhões de pessoas.
Diante dos seus efeitos o homem do campo, os nosso produtores rurais, arcarão com os prejuízos causados pela seca e, terão de se submeter a avareza dos bancos privados e oficiais, também beneficiados com as mazelas provocadas pela estiagem.
Convivendo com dívidas impagáveis por conta dos juros exorbitantes, da falta de carência terão que se contentar com as ações públicas assistencialistas que nem sempre funcionam do Governo Federal. Geralmente, são migalhas que em nada contribuem a não ser para o costumeiro proselitismo político.
Fica evidente, que poucos estão se incomodando com o desalento que a seca provoca na região. Poucos estão se “lixando” para a fome e sede que se abatem diante de uma imensidão de sofredores.
É revoltando observar que enquanto o nordestino sofre e se atormenta com a incompreensão e com o abandono dos poderes públicos, o ralo por onde escorre o dinheiro dos impostos continua aberto e a corrupção campeando por este Brasil sem dono.
E ainda tem ministra que gosta e zomba da situação!
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