O mundo das vacinas está complicado. Foi-se o tempo em que bastava ir ao posto de saúde quando o Zé Gotinha fazia propaganda na televisão e pronto. Hoje tem uma porção de injeções contra uma série de doenças, mas nem todas são cobertas pelo SUS. E quem se aventura a pagar pelas picadas deixa nas clínicas particulares uma verdadeira fortuna. Conversei com o pediatra Renato de Ávila Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) para tirar as principais dúvidas sobre diferenças entre as injeções (não o serviço ou o atendimento) da rede pública e da privada. Veja abaixo quais são elas.
1. A rede privada vende versões mais modernas do que as oferecidas na rede pública. Atualmente, isso ocorre com as seguintes vacinas:
- Tríplice. A substância aplicada em quem recorre à rede pública é fabricada com células inteiras das bactérias causadoras da difteria, da coqueluche e do tétano. Já a injeção paga tem composição semelhante, mas, nela, as células da Bortella pertussis, responsável pela coqueluche, foram substituídas por antígenos purificados, que causam menos reações adversas.
- Penumocócica. Enquanto a vacina fornecida pelo SUS imuniza contra dez versões da bactéria causadora da pneumonia, a aplicada na rede particular protege contra treze cepas diferentes.
- Rotavírus. A vacina fornecida pelo Ministério da Saúde vale apenas para um dos vírus causadores da doença de mesmo nome. Já a vendida em clínicas e consultórios privados serve para cinco diferentes tipos do agente infeccioso.
2. Algumas vacinas só estão disponíveis em clínicas e consultórios. São elas:
- Catapora
- Hepatite A
- HPV
3. O público que pode receber certas vacinas pela rede pública é mais restrito nos seguintes casos:
- Pneumocócica. A imunização pode ser feita até os 5 anos, mas, nos postos de saúde, só há vacina para crianças com até 2 anos.
- Meningocócica C. A vacina contra a meningite C é indicada até a adolescência, mas a rede pública só fornece para quem tem até 2 anos.
- Tríplice. Recentemente descobriu-se que, além das crianças, é importante também livrar as grávidas da coqueluche, uma das doenças contra a qual essa vacina age. Porém, até agora, o SUS só fornece as injeções para quem tem até 5 anos. As gestantes devem ser incluídas no programa do governo ainda este ano.
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