Um Artista Passou em Itaporanga
(Reynollds Augusto Cabral)
Todos nós somos espíritos em evolução e no caminhar da vida vamos adquirindo experiências e somando conquistas à nossa individualidade, que o resultado da soma das personalidades que experimentamos ao longo dos milênios. E nesse caminhar contínuo vamos aprendendo, evoluindo, se aperfeiçoando. Vamos adquirindo valores e conquistando virtudes até nos tornamos espíritos puros. Isso leva tempo, que na verdade não existe.
Um fato interessante de ser analisado são os nossos “dons”, que no fundo não são dons, porque se assim fosse seria uma preterição divina em que o Pai daria a uns seus poucos filhos o que não dera a outros. Deus é justo e não aparelha um seu filho com algo a mais que o outro, pois fomos criados “simples e ignorantes” e o resto é por nossa conta e inclusive foi assim com o próprio Jesus, que chegou aonde chegou por esforço próprio. A teologia tradicional foi quem inventou essa estória de que ele seria “Pai, Filho e Espírito Santo”. Uma trindade. Isso é muito confuso. Deus na verdade é Pai, mas poderia ser mãe, pois espírito não tem sexo. Ele é filho, como nós também somos filhos e é espírito santo, como um dia todos nós o seremos no processo de evolução contínuo, então Jesus era filho e espírito santo devido ter conquistado esse valor e nós somos filhos e um dia seremos espíritos santos, pois estamos progredindo dia a dia.
Mas, conheci um homem em Itaporanga que detinha muitas conquistas ao longo se sua jornada evolutiva e principalmente na área das artes. Estou me referindo a FERNÃO DIAS DE SÁ. Um pintor inato, pois sem nunca ter feito escola de artes pintava quadros que dava inveja a qualquer Picasso. Os detalhes, as formas, a beleza das expressões nos dava a sensação de que as suas pinturas estavam vivas. Quantas vezes solicitamos seus desenhos para que pudéssemos ministrar aulas dos precursores do espiritismo, como Sócrates, por exemplo, e os desenhos eram apresentados com uma fidelidade incrível. Fernão também era “engenheiro” e projetava construções que deixava qualquer um estupefacto e nunca entrou em qualquer academia, simplesmente trazia esse “dom” consigo resultado de um longo processo evolutivo. Fernão era astrônomo e tinha um observatório em sua casa, precisamente em uma laje vizinho ao seu dormitório. Já fui alguma vezes a seu convite observar as estrelas. Era um show!
Eu gosto de pessoas que vêem as estrelas, que se ensimesmam com o espetáculo da criação, cantando as graças de Deus. A maioria de nós somos autômatos sociais e vivemos impulsionados pela rotina social que afasta o homem de filosofar sobre a vida e procurar repostas básicas para perguntas profundas como: quem sou eu, de onde vim, o que estou fazendo aqui, para onde vou depois da morte do corpo físico. Isso sim faz a diferença e permitiria que nós, eu e você, vivêssemos com mais qualidade de vida.
Mas depois da passagem de Fernão eu fico aqui refletindo sobre o que será que a família irá fazer com tantas obras de artes belas. Existem desenhos da Itaporanga velha de guerra, em que eu ainda eu nem tinha nascido, como a rua da gaveta, a velha casa amarela de Luiz Leite Guimarães no alto das neves e etc. Expressões faciais impressionantes. Paisagens, casas, monumentos. São retratos de um tempo.
É uma pena que a nossa Itaporanga nova, não disponha de alguma galeria pública de arte, em que tais preciosidades pudessem ser admiradas por todos e preservada pelo Estado. É uma pena que não podemos, aqui em nossa Terra, dar um fim útil a produção de vida de Fernão. O mago da arte. Resta-nos a esperança de que a família seja inspirada para que possa preservar toda essa beleza de gênio e quem sabe criar até uma fundação com o seu nome para permitir que outros artistas desenvolvam esse “dom” que é um conquista do espírito imortal.
PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.
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