segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vai Morrer do Mesmo Jeito

Vai Morrer do Mesmo Jeito
(Reynollds Augusto)

Eu já me conformei com o impermanente da vida física, consciente da vida do espírito, que é imortal. Nada fica para permanecer e tudo existe para se transformar. Os espíritos chamam isso de progresso, de evolução. As igrejas tradicionais apelidam de salvação. Mas todos, sem exceção, no tempo pessoal, de cada qual, atingirão a plenitude, que é a meta do espírito, muitas vezes encoberta por outras metas, pequenas, ilusórias, impermanente, que à maioria das vezes dificultam o despertar da outra, durável, que permanece conosco, onde estejamos.

Foi por isso que o mestre do mestre Jesus asseverou, quando aquele homem estava iludido com a guarda de haveres desnecessários:

“... Coitado, não sabe ele que a morte ainda hoje vai bater à sua porta”.

Na verdade, a joia da vida é o presente. O aqui e agora, objetivo, real, longe das conjecturas filosóficas. É nele que se deve semear com qualidade, para bem colher no futuro, que logo chega. Os outros tempos têm relação com as nossas vidas, mas o tempo presente é o campo da semeadura, que é livre, sabendo que a colheita é obrigatória:

“Não sairás daí enquanto não pagares o último ceitil”

“Batei e abrir-se-vos- à; buscai e achareis”.

“Quem com o ferro fere, com ferro será ferido’.


Tudo é o resultado e nada é castigo. A vida é matemática perfeita e a maioria de nos, não entendeu, ainda, os cálculos de Deus, pois estamos deslumbrados, encadeados, pelos chamamentos do mundo, que nos levará a lugar nenhum.

Tem gente que tem horror de pensar na morte do corpo físico, com medo de deixar de existir definitivamente. O Espiritismo matou a morte e refletir em torno dela é importante para que possamos qualificar o espírito, que somos todos nós, em processo de evolução. E como ela chega mesmo, precisamos viver com mais dignidade, honradez, pois tais comportamentos irão nos posicionar em lugar apropriado às nossas escolhas, na outra dimensão existencial.

No planeta terra há uma salada danada. Tem gente negra, gente, branca; gente amarela, gente cabocla; gente boa, gente ruim; gente falsa, gente verdadeira; gente pobre, gente fica; gente honesta, gente desonesta... Gente de todo jeito.

“E isso é assim, pois a maioria de nós, que é espírito atrasado, mora em um mundo de ‘Prova e expiação”. Mas , quando “morremos”, estaremos em um ambiente “físico” apropriado à nossa condição evolutiva. Então quanto mais nos esforçamos para vivermos o bem, mas experimentaremos a verdadeira felicidade.

Tudo isso me fez relembrar o poema do grande itaporanguense Merlânio Maia, e que nós dá um orgulho danado. Merlânio e o seu irreverente irmão, BeBé, estiveram presentes no Grande Festival “FICA” (Festival Itaporanguense de Cultura e Arte) idealizado pelo criativo Paulo Rainério. Dois grandes artistas. E assim ele escreveu, servindo ás nossas reflexoes:


VAI MORRER DO MESMO JEITO
Muita gente anda dizendo:
- Nem de Longe eu penso em morte
Eu quero é gozar a vida
Ser feliz , ter muita sorte!
Esquece que ao nascimento
Sucede o falecimento
E este é o grande preceito
Pois o corpo envelhecendo
Mesmo o “cabra” maldizendo
Vai morrer do mesmo jeito!
Aqui ninguém é poupado
Sendo rico, ou sendo pobre,
Homem, mulher , branco, negro
A lei a ninguém encobre
Ignorante, cientista,
Analfabeto, artista...
Aqui não há preconceito
Ninguém se ache no cúmulo
De querer fugir do túmulo
Vai morrer do mesmo jeito!
Tem gente tão apegado
Que não quer envelhecer
Quando nasce uma ruguinha
Apressado vai fazer
Uma cirurgia plástica
Sua atitude é tão drástica
É “lipo” esticando o peito
Mas quando a hora é chegada
A máquina dá uma parada
Morre-se do mesmo jeito!
Caboclo que teme a morte
De tanto pensar nos erros
Não faz visita a doente,
Nem a velório ou enterros...
Mas só basta um desarranjo
Pra este sonhar com os anjos
Com os querubins e os eleitos
No seu velório é o assunto:
- Mesmo sem ver um defunto
Se esticou do mesmo jeito.
Agora eu fico olhando
E penso sem nenhum erro:
- Será que vai demorar
O dia do seu enterro?
Quem sabe a hora "malsã"?!
Será hoje ou amanhã?!
E imaginando direito
Já vejo um cacho de flores
Pois tendo ou não tendo dores
Vai morrer do mesmo Jeito!
Você aí, como vai?
Nunca esqueça neste plano
De que a morte é a certeza
Na existência do ser humano
Faça mais caridade
Aumente a sua bondade
Mude de valor e conceito
Que a vida é uma viagem
Que tendo ou sem ter bagagem
Vai morrer do mesmo jeito!

Meu amigo , não viva do mesmo jeito, pois vais morrer do mesmo jeito!

PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA MESMO
www.pensenisso.itaporanga.net

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