sábado, 9 de março de 2013

Roberto Cavalcanti denuncia os "picaretas da imprensa"

 
Proprietário do maior sistema de comunicação do Estado, o empresário Roberto Cavalcanti Ribeiro publicou no portal da empresa, o Portal Correio, um artigo denunciando a existência de grupos de comunicação especializados em extorquir dinheiro mediante chantagem. A denúncia, de tão séria, merece reprodução. E é o que o Blog faz a partir dos dois pontos, como diz Rubão Nóbrega:

As mídias digitais aportaram na comunicação produzindo um pacote sortido de mudanças, que vão desde a adaptação dos meios às novas formas de acesso à informação até um feed-back instantâneo do que ocorre nos bastidores da produção de notícias.

Dentro deste pacote tão diverso de mudanças, uma muito providencial já está em curso, proporcionada pela horizontalização da comunicação via redes sociais: o descortinamento das atividades de um gueto que há décadas opera criminosamente no jornalismo e, em especial, no radiojornalismo.

Assim como fugi dos eufemismos no recado enviado no artigo “cleptomania política”, publicado em março de 2012 no Jornal Correio da Paraíba, também o farei hoje para tratar desse esquema, que não pode ser nominado de outra forma a não ser pelo crime de extorsão.

Abastecendo as próprias contas, à revelia dos veículos e dos interesses da sociedade, incorrem em chantagens bem tipificadas pelo Código Penal Brasileiro, em seu artigo 158:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica”.

Quem já foi alvo sabe que não estou pesando nas tintas ao descrever esse vigarismo que, infelizmente, vem contaminando há tempo demais a cena jornalística. E que as novas tecnologias da comunicação estão, felizmente, conseguindo expurgar na base da exposição dos crimes por parte das vítimas.
Um processo que, diga-se de passagem, já está produzindo resultados.

Todos os modelos cuja estrutura basilar se sustentava na utilização dos veículos de comunicação para se locupletar naufragaram ou estão na iminência de submergir em meio a denúncias dos chantageados, que chegam céleres aos dirigentes das empresas.

Aos gestores e corpo editorial dos veículos, aliás, só restam dois caminhos: aceitar a permissividade e perder a credibilidade ou ficar muito atento a movimentação desses grupos – o que é plenamente factível em qualquer boa e moderna gestão.

Precisamos abrir os olhos. Não apenas para encarar de frente esta articulação criminosa, mas para incentivar a denúncia das vítimas de extorsão.

Só com o acolhimento dos gestores, de profissionais éticos e dos demais entes que compõem a comunicação poderemos aplacar o medo e acelerar a quebra deste paradigma torto, que torna toda a mídia capenga de ética.

Pois somente expondo as práticas criminosas poderemos instalar novos modelos de comunicação, onde os interesses plurais sobressaiam e os guetos entrem em extinção.

A meio caminho disso, fica a certeza: não deixarão saudades.
Tião Lucena

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