Severino Ramos de Oliveira, nascido e criado no bairro do Róger, desde cedo sabia o que queria. Com 14 anos, o Parrá, como ficou conhecido o cantor e compositor, se inspirava no cenário histórico da antiga João Pessoa para criar músicas que seriam seu principal legado. Na adolescência, se apresentou na rádio Sanhauá, trazendo um autêntico forró de raiz, que movimentou a cena cultural da cidade.
A paixão pela Música surgiu com o irmão mais velho, Joca do Violão, falecido em 2011, e que se tornou sua maior inspiração. "Aprendi a tocar com ele, um violonista de mão cheia. Música também era a vida do meu irmão", conta Parrá. Hoje, aos 74 anos, o pessoense prestigiado nos anos dourados, convidado assíduo das rádios locais, reclama do esquecimento e da falta de memória dos órgãos ligados à Cultura.
Há quatro anos Parrá não pisa em um palco. A razão para o jejum musical é a "falta de oportunidade", conforme relatou. A última apresentação do músico e de seu inseparável pandeiro foi na Festa das Neves de 2008 e, desde então, não recebe mais convites. "A música é o que escolhi para a vida. É o que sei fazer. Cheguei a gravar um documentário para a TV Cidade, que relatou minha história. A minha história foi gravada, mas nenhum convite para tocar foi feito", ressaltou.
É com saudade que Parrá lembra do período entre 55 e 57. Os anos de carreira fervorosa, conforme apontado pelo músico. Ele, que já fez dupla com Glorinha Vasconcelos e Livardo Alves - com quem lançou o disco "O Sol" - também relembra as parcerias com Lins Albuquerque, Dida Fialho e Clementino Lins. A música de Parrá está registrada em um segundo disco, a coletânia Música da Paraíba, lançada em 1992, onde o artista pessoense foi convidado para gravar três faixas. É com carinho que ele recorda das apresentações nos projetos Araponga e Boca da Noite, que renderam a ele fãs em vários bairros da capital e visitas constantes ao sertão.
A participação nos 50 anos da rádio Tabajara também ficou guardada na lembrança do experiente artista, criador de Fumo do Parrá, Forró em Oitizeiro e Cabo de Vassoura. O homem que um dia dividiu o palco com Neuza Flores, viúva do eterno rei do ritmo, em edição do Fenart, é o mesmo que já abriu show para Cauby Peixoto, Ângela Maria e Genival Lacerda. "Também fui 'prata da casa' para o Biliu de Campina. Como me apresentava com o pandeiro, muita gente me chamava de Jackson, por causa da semelhança", relembra Parrá.
Sem shows na agenda, o músico faz tentativas de retornar ao mercado musical. Neste ano, se inscreveu na Mostra Música Paraibana, do Sesc Paraíba, onde aguarda o resultado da seletiva, previsto para setembro.
Contato para show: 83 88536070
ClickPB
0 comentários:
Postar um comentário