O VELHO CASARÃO DO DOUTOR PITANGA.
(Reynollds Augusto)
(Reynollds Augusto)
A paisagem urbana de Itaporanga está se modificando de forma surpreendente. Tirando os velhos problemas básicos, que sempre se fizeram presente no município, talvez por falta de compreensão dos gestores, em torno dos princípios explícitos constitucionais, a fora os normativos infraconstitucionais, que indicam por onde a administração deve seguir; a mudança é visível.
O presente está “destruindo” o passado, que vai ficando, apenas, na memória de cada um, pois nada fica para permanecer, fisicamente falando. Nem o nosso planeta ficará. Foi por isso que lancei a proposta ao grande ARIOSVALDO para criar um espaço que relembrasse a nossa Itaporanga, que passa, e que não ficará, definitivamente.
Ninguém detém as forças do progresso. Na vida , o que permanece, é o espírito imortal, viajante do tempo e do espaço rumo à plenitude. Esse negócio de viver apenas indo à busca das impressões do planeta Terra - que são importantes, pois precisamos viver o momento, e onde estivermos temos que fazer o melhor, como preservar , por exemplo - é “bobagem”. Destruição só a natural , que vem de Deus, que entende do processo de evolução geral.
Não somos da Terra, nós estamos na Terra. Daí a preocupação em convocarmos os nossos filhos para escrever, registrar detalhes, pessoas, circunstâncias que alimentaram a MISERICÓRDIA DE ONTEM E ESTÁ ALIMENTANDO A ITAPORANGA DE HOJE. Serão subsídios para os filhos do futuro , que até pode ser nós mesmos de volta, cumprindo uma das leis de Deus, que é a reencarnação.
Mas, eu aprecio as memórias do Titico Pedro, naquela “cachola” tem muita experiência e emoções guardadas e ele retrata esses momentos como ninguém.
Esse apelo feito, no que se refere ao casarão do Dr. Pitanga, me fez dar aquela viajada do passado e relembrar grandes momentos, que o tempo e o progresso não destroem, pois são experiências imorredouras do espírito, que é imortal , passando uma temporada por aqui. Ele usa esse instrumento, que é o corpo físico, que morre todo dia, para libertar a individualidade, muito mais rica do que essa personalidade, com esse RG, com esse CPF, com essas ilusões.
Quando garoto, eu e a molecada da Rua Pedro Américo, à tarde, nos dirigíamos ao Velho Casarão, para subir no já não existente “´pé de manga” e nos deliciarmos com as grandes e gostosas mangas espadas. Era uma festa e todos tinham a impressão de que estavam em uma floresta, pela grandeza da árvore. Lá brincávamos de TARZAN, fazíamos casas nos seus grandes galhos e o herói seria aquele que conseguisse subir até ao alto, ao “oi do pé”, ao topo da árvore, devido à sua extensão . Eu, algumas vezes, conseguia chegar lá, mas com aquele frio na barriga que indica o sofrimento dos garotos medrosos, pois, sempre fui um deles.
Aconteceu um fenômeno natural em nossa região e, praticamente, todas as mangueiras de Itaporanga morreram de uma doença esquisita. Simplesmente as mangueiras vigorosas, estavam secando e morrendo. Uma coisa dessas aconteceu com o velho pé de figo, dá nossa queira Dona Branca, mãe do inteligente escritor Paulo Conserva e como tal o velho “Pé de Manga do casarão” partiu, também.
As árvores não possuem espíritos, mas têm princípio espiritual e dessa forma essa energia se desvencilhou da árvore doente, corroborando aquela tese do grande escritor Leon Denis: “o Espírito dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem”.Essa expressão está no Livro “ O problema do ser, do destino e da Dor”. Dê uma olhadinha, vale a pena.
Esse tema, princípio espiritual, dava para fazer um tratado e não temos tempo aqui. Basta dizer que todos os seres viventes, um dia serão espíritos. Foi por isso que o grande FRANCISCO DE ASSIS, o primeiro ecologistas que tivemos notícias, sempre asseverava que os animais são nossos irmãos... E as árvores também.
Quem não se lembra do acesso, ou praticamente a ladeira, que dá entrada ao casarão? Ali, também, era o nosso parque de diversões. Colocávamos areia ao longo da decida e à noite subíamos em "um pedaço" de papelão, o outro companheiro empurrava e descíamos alegres e perigosamente, até embaixo. Gritos e mais gritos, alegria e mais alegria. Era a festa dos moleques da Pedro Américo.
Seria bom que o casarão permanecesse, que as autoridades tombassem para preservar, em tese, mas mesmo assim, seria um paliativo, pois ninguém detém a força do progresso, do tempo, da vida. Nada fica para permanecer. Só o espírito imortal.
PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA MESMO
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