sexta-feira, 3 de agosto de 2012

BONS TEMPOS, VELHOS DIAS

Bons tempos, velhos dias
( LAURA PEREIRA)
Engraçado o tempo, ele passa, adormece, alegra e entristece, ele guarda lembranças que, apesar de velhas, não morrem, permanecem.

São pedaços de lembranças que juntas formam, lindas memórias, memórias da infância, da juventude, e é da juventude que colhi antigas lembranças que me fez muito feliz. Tempo de descobertas, de medos, anseios, cores e amores. O cenário é nossa velha Itaporanga, mas uma Itaporanga bem mais simples, sem muitos carros, sem tantas lojas, sem tantos apelos comerciais.

A Rua Getúlio Vargas nos dias de sábado e domingo, quando casais e amigos “subiam e desciam” a mesma rua e esse movimento não cansava nunca, não causava “enfado” algum.

O ponto mais apreciado, nos anos de 1980, era a Boate Morumbi, era lá que os jovens se encontravam, se conheciam, se enamoravam… Não dá pra esquecer a figura de “Chicão” na porta da boate, no cuidado com o público “jovem demais” , para adentrar os portais da danceteria. Lá dentro tudo parecia mágico, as músicas, os espelhos, o globo resplandecente e a lâmpada que fazia as roupas brancas “acenderem no escuro” (luz negra?); era lá que se ouvia e dançava os maiores sucessos do momento e as bandas que abrilhantaram a época: Paralamas do Sucesso, RPM, Rádio Taxi, Roupa Nova, 14 Bis, Sempre Livre, Kid Abelha (e os abóboras selvagens), além de Michael Jackson, Fred Mercury, Cazuza, Madona e tantos outros que embalaram os sonhos de jovens adolescentes, que hoje são pais de família, e se preocupam com as baladas da atualidade frequentadas pelos seus filhos.

Mas, a preocupação também fazia parte daquela época, pois muitos pais não permitiam que seus filhos frequentassem esses espaços teens, pois havia ainda certo preconceito, compreensível, por sinal, afinal é isso que sinto sempre que minha filha sai para alguma balada. Mas, não me lembro de ser tão feliz como naquele tempo… Era tudo mais singelo, romântico, cor de rosa… as músicas eram mais românticas, as letras eram encantadoras.

Domingo era dia de ir pra “rua”, era assim que a gente falava. Depois da missa a gente ia dar a famosa “voltinha”, dançava um pouco (às vezes muito) e voltava cedo pra casa, pois no outro dia tinha aula e era nas aulas que se ouviam as notícias da noite anterior, era fulano que ficou com sicrano, aquela outra que não saiu, outro ainda que perdeu a namorada e por aí vai…

Bons tempo aqueles… são páginas que ficaram gravadas para sempre no livro das doces lembranças. O tempo passa, a gravidade faz o seu trabalho, envelhecemos…

É engraçado o tempo, pois apesar de ser uma construção humana, nos ilude ao ponto de acreditarmos que ele passa realmente, como os velhos sucessos musicais que embalaram os nossos sonhos de juventude.
Fonte: http://ontemehoje.itaporanga.net/


0 comentários:

Postar um comentário