quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Vale é pobre de lazer culturalmente sadio. Bares e clubes dançantes são as únicas opções

A região tem um grande público de bom poder aquisitivo, mas faltam equipamentos e eventos de lazer voltados às famílias


Por Redação da Folha

O Vale não tem um cinema, não tem um teatro nem shows musicais que não sejam de forró eletrônico regados a muita bebida alcoólica e impróprios para as famílias e jovens menores de idade, embora que, sem outra opção, estes caiam na farra precocemente, com consequências danosas à sua formação e à própria vida.

A falta de shows musicais de artistas de sua geração deixa o público de meia idade sem ter para onde sair no final de semana, a não ser, no caso de alguns, para a mesa de um bar. As crianças, no entanto, são quem mais sofre com a falta de lazer apropriado: aqui raramente ocorre um show infantil, e os poucos clubes regionais com piscinas têm sua entrada restrita a reduzidas famílias, e muitos nem são adequados para a frequência de crianças devido à comercialização de bebida alcoólica. Vendo seus pais e outras pessoas do seu meio beberem, os meninos e meninas absorvem a ideia equivocada de que é normal a ingestão da droga alcoólica e, logo cedo, desenvolvem o hábito do consumo alcoólico.

Falta à região, principalmente, um grande centro de lazer para os variados públicos e de acesso massivo: um local permanente equipado com brinquedos modernos e diversos; piscinas, shows infantis e eventos para a meia idade e idosos, além de teatro e cinema. Mas, mesmo em Itaporanga, a maior e mais rica cidade regional, essa estrutura não existe nem há perspectiva por falta de empresários voltados ao setor, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br).

Nos últimos 40 anos, a região regrediu em termos de eventos de lazer culturalmente sadios, bem diferente do tempo de João Nunes, pai de Elba Ramalho, e de tantos outros que, nos anos 40, 50 e 60, tinham cinemas funcionando regularmente na região. Companhias de teatro, circos, cantorias de poetas repentistas, os reisados e os bailes familiares também embalaram as gerações anteriores, mas morreram com elas.  

Iconografia (IBGE): Vale sem nenhum ponto de lazer sadio.

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