terça-feira, 21 de agosto de 2012

São João do Colégio Padre Diniz


 (Kadinho)

SÃO JOÃO NO COLÉGIO PADRE DINIZ
                                                                            ( Reynollds Augusto)

Eu estou cada vez mais apreciando os escritos da Laura Pereira, pois eles nos transportam ao passado, tão presente na subjetividade pessoal. São emoções que alimentam a alma e nos faz reviver momentos, alegrias, imagens de um tempo que não volta mais. O relógio do tempo não atrasa e nos leva sempre para o futuro, que logo, logo, se transforma em presente e que , sem que menos esperemos, transmuta-se em passado.

É a dança do tempo que nos faz bailar na concretude da vida, que mais parece até virtual, pela impermanencia de que se reveste. Talvez tenha sido por isso que o grande Einstein tenha defendido que não existe tempo e que tudo parece mais uma mentira. Daqui a pouco, seremos todos “história”. São conjunturas filosóficas que a nossa mente não consegue alcançar, mas que tem um enorme fundo de verdade.

Tempo, tempo, tempo. O que é o tempo? Não sabemos responder, pois ele existe, sem existir. Parodiando o grande Santo Agostinho:“ Se não perguntarem o que é, eu sei responder. Mas se me perguntarem, eu não sei”. Mais ou menos isso.

As memórias de Laura me faz relembrar outra comemoração, de outra festa junina, que está guardada no passado distante, mas tão presente, tão ao meu alcance. O éter da existência congelou esses momentos. Aliás, os estudiosos dizem que há um tipo de sensibilidade, em algumas pessoas, que faz com que elas consigam acessar o passado vivido, apreciando a vivência experimentada, como se estivessem assistindo um filme, em sua tela mental. Quem usa muito desses sensitivos é a polícia federal americana, para perseguir fatos criminosos, chegando ao seu autor. Essa é um tipo de mediunidade, que esqueci o nome, no momento. Deve ser interessante possuir esse sentido a mais.

Mas, nesse momento, estou acessando um tipo de sensibilidade que faz parte do mundo de todos: a lembrança. Relembrar é reviver novamente, diz a sabedoria popular. Refiro-me as festas juninas do inesquecível Colégio Padre Diniz.

Já no mês de maio os olhares começavam a se cruzar, na busca do par perfeito, para que se pudesse comemorar festas dos santos: Santo Antônio, São João e São Pedro. A magia da época potencializava as emoções. Muitas garotas belas, envergonhadas, indecisas. Muitos garotos feios, como eu, que diferentemente de Laura, tinha que buscar um par, sob pena de ficar de fora da festança de São João. O receio de ser rejeitado era tremendo, mas a esperança de encontrar uma bela garota era mais forte. No final tudo dava certo e sempre nos dava bem, pois encontrávamos o par perfeito, para dançar as belas músicas de época.

“Olha pro céu meu amor, veja como ele está lindo. Olha praquele balão multicor, que lá no céu vai surgindo…”

A festa do colégio Padre Diniz acontecia na quadra ao lado. Essa quadra foi objeto de um mundo de travessias infantis. Lá jogamos muita bola escondidos das freiras. Para chegar ao seu interior o exército de moleques pulavam o muro. Para sair era preciso chamar a Polícia Militar, que espalhava a molecada á procura de um muro mais baixo, para fugir das perseguições dos gordos policiais, pela mata, que hoje se transformou em área urbana, indicando que a nossa cidade cada vez mais cresce.

Os tempos são outros e a emoção hoje, não é mais a mesma. O encanto de outrora desapareceu. O Colégio Padre Diniz e o Ginásio do Padre Zé, sempre fez a felicidade de muita gente. São memórias; é vida que alimenta a vida, que não cessa , rumo ao infinito, nosso fim.

PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA MESMO.

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