sexta-feira, 1 de junho de 2012

Curadoria ambiental apura denúncia contra novo lixão que está se formando em Itaporanga

Detritos urbanos estão sendo despejados na bacia de um reservatório d’água

Por Redação da Folha

O novo endereço do lixo produzido pela cidade é uma área rural no sítio Pau Brasil, nas proximidades da rodovia BR-361, principal via de acesso e saída de Itaporanga, e dentro da bacia de um reservatório público.

Há pelo menos duas semanas, a Prefeitura de Itaporanga está utilizando o local como depósito de lixo urbano, o que revoltou a comunidade e sítios circunvizinhos, principalmente pelo fato do lixão ficar nas proximidades do açude Pau Brasil, um dos maiores do município.

Segundo informações apuradas pela Folha (www.folhadovali.com.br), o terreno foi vendido por um proprietário local à Prefeitura para a instalação de um aterro sanitário, modelo de destinação de lixo ambientalmente correto, mas o atual prefeito transformou o local em um lixão, acarretando sérios problemas ambientais à flora, fauna, à água e também aos moradores da comunidade.

Há décadas, a Prefeitura depositava os detritos e entulhos urbanos no lixão do Santo Antônio, mas, como está impedida de utilizar o local, passou a depositar o lixo no Pau Brasil.

Em denúncia assinada e protocolada na Curadoria do Meio Ambiente do Ministério Público de Itaporanga, alguns moradores relataram o problema e pedem providências urgentes.

Vejam o conteúdo integral da denúncia:

Vimos, através deste, denunciar o grave crime ambiental praticado pela Prefeitura Municipal de Itaporanga contra a água, a flora, a fauna e, principalmente, contra os seres humanos que habitam a comunidade Pau Brasil e comunidades circunvizinhas, acarretando grave risco à saúde pública e ambiental.

O problema, senhora Promotora, é que a Prefeitura está depositando, de forma irregular e ilegal, todo o lixo urbano de Itaporanga dentro da bacia do açude Pau Brasil, um dos maiores reservatórios da região e que está sendo contaminado pelo lixão que está se formando na área. Trata-se de um reservatório público, do qual depende muitas famílias e em um momento em que a água começa a se escassear em função da estiagem. Há estudos, inclusive, voltado à possibilidade desse açude abastecer a agrovila Jesus Cristo, formada por dezenas de famílias, mas, se nenhuma providência for tomada, em pouco tempo a água ficará imprestável para o consumo humano e animal.

Mas não é somente a água que o lixão está contaminando. O depósito irregular de resíduos está trazendo sérios danos ao meio ambiente em geral: a flora e a fauna estão sendo igualmente atingidas mortalmente.

É certo que a legislação ambiental proíbe os lixões, principalmente se eles estiverem próximos, como no caso, de um manancial construído para abastecer a população. Trata-se de um grave crime, e o mais preocupante é que é praticado pelo poder público, que deveria zelar pela saúde pública e ambiental, mas a Prefeitura, lamentavelmente, procede exatamente contrária à lei e em desfavor do povo e do meio ambiental.

Diante do exposto, pedimos providências imediatas para que o problema seja sanado enquanto ainda há tempo de se evitar um dano maior e irreversível ao meio ambiente.

Assinam e agradecem moradores das comunidades atingidas e ambientalistas locais. 

Foto: Curadoria apura denúncia.

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