À Dona Laura
(Por Jesus Soares da Fonseca em 12-01-2013 - do Itaporanga.net)
Abrindo Sites e blogs de Itaporanga, deparo-me com a triste notícia do passamento de uma mulher que deu ensinamento a boa parcela de gente de nossa Terra. Comungo da tristeza daqueles que, como eu, tiveram seu primeiro aprendizado através da querida Mestre. Laura Araújo ou Laura de “Seu” Né ou Dona Laura para nós, seus alunos.
Iniciei minhas primeiras letras lá no casarão de quatro ou cinco janelas viradas para a Praça Frei Martinho e duas portas viradas para a Rua Dandão Severino. Uma delas com entrada para a sala principal, a outra, com entrada para a sala de jantar, onde funcionava nossa escolinha com uma cumprida mesa ladeada de dois grandes bancos de madeira. A casa era do Senhor seu Pai, Adauto Araújo onde moravam, Maria, Chaguinha, Antônio e a própria Laura. José, salvo engano, morava no sítio Nazaré e Celso estudava no Recife. A lateral da Casa não ficava propriamente na Dandão Severino, pois havia um grande terreno vazio entre aquele varadouro e a Casa.
Dona Laura, com aquela áurea de bondade que sempre a acompanhou, ministrava pacientemente a seus alunos, o ensino da carta de ABC e posteriormente os primeiros estudos da gramática, da aritmética, de geografia, da história do Brasil. A palmatória, às vezes, entrava em cena nas aulas de aritmética. Interessante! Eu não me lembro do seu uso por parte dela. Quando um aluno errava a pergunta e outro a acertava, este seria o executor do castigo, apenas um bolo e, diga-se de passagem, não havia maldade alguma, nem choro, nem ressentimentos, pois a palmada era de uma criança a outra criança. Ela educadamente, meigamente, contornava a situação solicitando ao aluno que estudasse mais. Tudo era de comum acordo com nossos pais. Nunca presenciei reclamação alguma pelo método moderadamente usado, nem nunca percebi algum aluno ressentido, ao contrário, todos a veneravam, todos gostavam dela.
Antônio, seu irmão, já adulto, misturava-se a nós, crianças para receber também os ensinos primários. Recordo-me, uma vez, numa sabatina de aritmética, Dona Laura fazer-lhe uma pergunta e ele não saber a resposta. Eu respondi corretamente. A palmatória foi me dada e eu executei a sentença. Ele com a palma da mão estendida, bondosamente, ria da situação, pois, diga-se de passagem, uma palmada dada por uma criança num adulto não irá doer coisa alguma.
Posteriormente, quando fui estudar no Recife, no Seminário do Sagrado Coração de Jesus, meus dois irmãos mais novos também passaram a frequentar a escolinha de Dona Laura, havendo demonstração com isso, o quanto minha Mãe tinha apreço e respeito por Ela.
Agora, nossa querida e bondosa Mestre dá por encerrada sua gloriosa missão aqui na seara do vivos. Sua matéria feneceu, mas seu espírito, como diz nosso grande kardecista, Reynolds Augusto, continua vivo, junto a Mansão Divina. A matéria desaparece, mas sua Lembrança será imortalizada pelos feitos memoráveis praticados por Ela quando em vida, o ensinamento, a educação, a cultura ministrada a muitos de seus conterrâneos que eternamente Lhe serão gratos.
Ficam aqui, por dever de Cristão, meus votos de condolência a toda sua Família que tem como consolo, o pensamento que seu Ente querido partiu, mas deixou plantada a semente do saber no seio da sociedade Itaporanguense.
Iniciei minhas primeiras letras lá no casarão de quatro ou cinco janelas viradas para a Praça Frei Martinho e duas portas viradas para a Rua Dandão Severino. Uma delas com entrada para a sala principal, a outra, com entrada para a sala de jantar, onde funcionava nossa escolinha com uma cumprida mesa ladeada de dois grandes bancos de madeira. A casa era do Senhor seu Pai, Adauto Araújo onde moravam, Maria, Chaguinha, Antônio e a própria Laura. José, salvo engano, morava no sítio Nazaré e Celso estudava no Recife. A lateral da Casa não ficava propriamente na Dandão Severino, pois havia um grande terreno vazio entre aquele varadouro e a Casa.
Dona Laura, com aquela áurea de bondade que sempre a acompanhou, ministrava pacientemente a seus alunos, o ensino da carta de ABC e posteriormente os primeiros estudos da gramática, da aritmética, de geografia, da história do Brasil. A palmatória, às vezes, entrava em cena nas aulas de aritmética. Interessante! Eu não me lembro do seu uso por parte dela. Quando um aluno errava a pergunta e outro a acertava, este seria o executor do castigo, apenas um bolo e, diga-se de passagem, não havia maldade alguma, nem choro, nem ressentimentos, pois a palmada era de uma criança a outra criança. Ela educadamente, meigamente, contornava a situação solicitando ao aluno que estudasse mais. Tudo era de comum acordo com nossos pais. Nunca presenciei reclamação alguma pelo método moderadamente usado, nem nunca percebi algum aluno ressentido, ao contrário, todos a veneravam, todos gostavam dela.
Antônio, seu irmão, já adulto, misturava-se a nós, crianças para receber também os ensinos primários. Recordo-me, uma vez, numa sabatina de aritmética, Dona Laura fazer-lhe uma pergunta e ele não saber a resposta. Eu respondi corretamente. A palmatória foi me dada e eu executei a sentença. Ele com a palma da mão estendida, bondosamente, ria da situação, pois, diga-se de passagem, uma palmada dada por uma criança num adulto não irá doer coisa alguma.
Posteriormente, quando fui estudar no Recife, no Seminário do Sagrado Coração de Jesus, meus dois irmãos mais novos também passaram a frequentar a escolinha de Dona Laura, havendo demonstração com isso, o quanto minha Mãe tinha apreço e respeito por Ela.
Agora, nossa querida e bondosa Mestre dá por encerrada sua gloriosa missão aqui na seara do vivos. Sua matéria feneceu, mas seu espírito, como diz nosso grande kardecista, Reynolds Augusto, continua vivo, junto a Mansão Divina. A matéria desaparece, mas sua Lembrança será imortalizada pelos feitos memoráveis praticados por Ela quando em vida, o ensinamento, a educação, a cultura ministrada a muitos de seus conterrâneos que eternamente Lhe serão gratos.
Ficam aqui, por dever de Cristão, meus votos de condolência a toda sua Família que tem como consolo, o pensamento que seu Ente querido partiu, mas deixou plantada a semente do saber no seio da sociedade Itaporanguense.
Adeus, Dona Laura!
1 comentários:
Na matéria À Dona Laura, onde se lê "uma cumprida mesa" leia-se "uma comprida mesa".
Jesus Fonseca
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