Bem-vindo a aula, professor!
( Rossandro Klinjei)
( Rossandro Klinjei)
Bem vindo, professor! As aulas vão recomeçar.
Na pedagogia da vida fica claro que devemos sempre rever o currículo de nossos valores, a bibliografia de nossos sentimentos num planejamento disciplinado rumo à didática do compromisso com a existência.Sei, querido professor, quão árdua é sua tarefa. Educar num país que não valoriza a educação, ter uma profissão com pouco ou quase nenhum status, trabalhar três expedientes, para ter um “salário descente”, educando os filhos dos outros a ponto de chegar em casa tão exausto que muitas vezes falta forças para ver as tarefas escolares de seus próprios filhos. E estes, de tanto sentirem sua ausência e reclamarem de seu constante cansaço, decidem que vão querer ter qualquer profissão na vida, menos a de professor, e ao ouvir isso de seu filho você tem um sentimento ambivalente de alívio e tristeza.
Mas, por que no meio de tanta doação os resultados da educação, especialmente no ensino público do Brasil, deixa do tanto a desejar em comparação com países muito mais pobres e com infraestrutura educacional infinitamente mais deficitária que a nossa? Até quando culpar apenas a falta de compromisso dos gestores públicos vai esconder o descompromisso pessoal de muitos educadores? Por que tanta resistência à avaliação e a meritocracia na educação? Um argumento recorrente é o de que, ao contrário das ciências exatas, muitos aspectos da relação professor-aluno desafiam a quantificação, de maneira inerente. É certo que os resultados das pesquisas em educação podem moldar os amplos contornos da prática, mas muitos argumentam que o encontro humano que está no centro do processo ensino-aprendizagem sempre será uma experiência profundamente subjetiva. Isso, contudo, não impede que se quantifiquem os resultados advindos dessa relação.
A distância que separa os resultados do ensino privado do público no nosso país não se deve apenas à infraestrutura das escolas particulares. Muitas vezes, o mesmo professor da escola pública ministra a mesma disciplina nas escolas particulares com resultados completamente diferentes. Qual a justificativa para isso? Por que se entrega tanto atestado de saúde nas escolas públicas, e no mesmo dia muitas vezes os mesmos professores dão aula nas escolas particulares? Seria uma doença seletiva? Qual o motivo de tantas aulas vagas nas escolas públicas? Ou, por que o trânsito só faz chegar atrasado à escola pública e os compromissos pessoais só antecipam o fim da aula nos grupos escolares municipais e escolas estaduais? Enfim, por que muitos professores sabotam justamente o ensino daqueles que já começam em desvantagem na corrida da vida?
Mas, por que no meio de tanta doação os resultados da educação, especialmente no ensino público do Brasil, deixa do tanto a desejar em comparação com países muito mais pobres e com infraestrutura educacional infinitamente mais deficitária que a nossa? Até quando culpar apenas a falta de compromisso dos gestores públicos vai esconder o descompromisso pessoal de muitos educadores? Por que tanta resistência à avaliação e a meritocracia na educação? Um argumento recorrente é o de que, ao contrário das ciências exatas, muitos aspectos da relação professor-aluno desafiam a quantificação, de maneira inerente. É certo que os resultados das pesquisas em educação podem moldar os amplos contornos da prática, mas muitos argumentam que o encontro humano que está no centro do processo ensino-aprendizagem sempre será uma experiência profundamente subjetiva. Isso, contudo, não impede que se quantifiquem os resultados advindos dessa relação.
A distância que separa os resultados do ensino privado do público no nosso país não se deve apenas à infraestrutura das escolas particulares. Muitas vezes, o mesmo professor da escola pública ministra a mesma disciplina nas escolas particulares com resultados completamente diferentes. Qual a justificativa para isso? Por que se entrega tanto atestado de saúde nas escolas públicas, e no mesmo dia muitas vezes os mesmos professores dão aula nas escolas particulares? Seria uma doença seletiva? Qual o motivo de tantas aulas vagas nas escolas públicas? Ou, por que o trânsito só faz chegar atrasado à escola pública e os compromissos pessoais só antecipam o fim da aula nos grupos escolares municipais e escolas estaduais? Enfim, por que muitos professores sabotam justamente o ensino daqueles que já começam em desvantagem na corrida da vida?
Em nenhuma análise se deve pautar a discussão de forma simplista entre os que estão certos e os que estão errados. Cabe-nos superar o maniqueísmo de responsabilizar apenas o professor como maior responsável pela crise na educação, ou muitos diretores que agem com total descaso pela função que ocupam, e concorrem apenas para aumentar o salário e para deixar a sala de aula por um tempo, ou culpar apenas os pais pela incapacidade que a grande maioria tem de dar limites aos filhos que chegam à sala de aula como verdadeiros déspotas. No final, a culpa não é exclusivamente nem de um nem de outro, mas de todos. O que se evidencia, no entanto, é que existem erros e acertos para onde quer que se olhe, mas um dos grupos mais resistente em assumir sua cota de responsabilidade tem sido o dos professores, talvez por que não haja sindicato de pais de alunos.
Eu sei caro professor, que na escola particular você tem patrão e pode ser demitido, porém não use sua estabilidade de emprego na escola pública como subterfúgio para não fazer o que lhe compete. Haja, ao menos, com o mesmo empenho que tem na rede privada de ensino, faça isso antes que sua consciência lhe demita.
Eu sei caro professor, que na escola particular você tem patrão e pode ser demitido, porém não use sua estabilidade de emprego na escola pública como subterfúgio para não fazer o que lhe compete. Haja, ao menos, com o mesmo empenho que tem na rede privada de ensino, faça isso antes que sua consciência lhe demita.
O nosso alento é que existem professores com compromisso e que merecem reconhecimento de toda a sociedade, inclusive uma remuneração muito mais justa. O problema se estabelece pela dificuldade que temos, pela falta de avaliação dos professores, de identificá-los de forma mais clara dentro do sistema. Creio que são os maus profissionais que receiam e desestimulam sistematicamente as avaliações. O bom professor não teme avaliação, pelo contrário, ele a deseja, pois sabe que é uma oportunidade de ver seu trabalho reconhecido e referendado.
A maior parte dos profissionais é constantemente avaliada, mensalmente inclusive, para se avaliar cumprimento de metas. E nos países onde essas avaliações e cumprimentos de metas são também exigidos dos educadores, não por acaso, apresentam os melhores índices de educação global e de inovação tecnológica. Por isso, a remuneração se torna muito relativa, pois existem professores que ganham pouco para o muito que fazem, entretanto há aqueles que ganham muito para o que pouco ou nada que fazem.
Um mínimo de compromisso ético despertaria em muitos professores um questionamento ao fim de cada ciclo de trabalho, uma espécie de auto avaliação consciencial, se fez o que podia para contribuir com o êxito dos seus alunos; se aquele aluno fosse seu filho, se teria recebido dele o melhor.
*Rossandro Klinjey
Psicólogo Clínico, mestre em Saúde Coletiva, professor das FACISA, FCM e Faculdade Boa Viagem.
Psicólogo Clínico, mestre em Saúde Coletiva, professor das FACISA, FCM e Faculdade Boa Viagem.
PENSE NISSO!MAS PENSE AGORA MESMO
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