Antes de adentrarmos no assunto propriamente dito, é de se por em evidencia que o grande propulsor do Universo é Deus, a incomensurável intercessora – A Virgem Santíssima.
A verdade são revelações que paulatinamente assomam no ser humano, independentemente de idade.
A saúde está para o corpo, assim como o espírito está para Deus.
O corpo sem a saúde sucumbe, o espirito segue para Deus sem a carcaça ou como se diz, sem vestimentas de quaisquer espécies.
Os sonhos são revelações do espírito, e, por isso, são difíceis de ser decifrados pelo ser humano. Uns, temos o poder dado por Deus de interpretá-los, outros não.
Os antigos entendiam que os mortais estavam próximos de morrer, por pensarem que não fossem obras de Deus.
Os desonestos são desonestos por decisão própria, não são produto do meio, a desonestidade não é uma doença, antes, é uma culpa inconsciente do ser.
Em minha terra, Itaporanga, vi com esses olhos, que a terra há de comer, o Deus presente em todos os setores da vida e descortinei o povo, prima facie, como responsável maior pelo progresso latente da cidade.
Deus, fez nascer pessoas dignas nas mais variadas atividades humanas, para ali impulsionar o progresso, materialmente fatos dos homens.
Em minha terra vi-os nas pessoas do povo, vi-os nas pessoas de comerciantes, de industriais natos, vi-os num Chico Pinto, Zé Figueiredo, Luiz Loureiro, Luizito Leite, Lourival Rodrigues, Sr Zé Conserva, dentre outros.
É do meu mister sacrossanto a um tempo, e humilde a outro, de trazer a lume essas revelações, despretensiosas, mas fielmente possível, aproximando-se da verdade que reside nos alfarrábios das minhas lembranças de criança.
Lembro-me, numa memória descritiva, perfeitamente lúci
Francisco Pinto Brandão, filho do casal Belmiro Pinto e Totonha, foi o maior comerciante da Itaporanga antiga, seu comércio encravava-se num bequinho estreito, que despontava na antiga Rua da Várzea, era um homenzarrão de cara fechada, e o povo dizia de cara dura, e coração brando.
Chico servia e atendia a todos com o mesmo desvelo e atenções.
Ora, estava sentado numa cadeira tosca detrás de um birô também à moda antiga, ora vinha à beira do balcão para conversar com o freguês.
O Padre começava sua peregrinação pelo armazém de Chico Pinto, e ali pedia a todos, indistintamente, fosse do povo, fosse quem fosse, até chegar a Chico Pinto, carregava consigo um saco para as doações, que as enfiava no mesmo, e subia na Rua Getúlio Vargas, com a mesma tarefa, e denodo, parando só para pedir: Entrava em bares, na sinuca de Ananias, em Farmácias, até chegas ao armazém do Senhor Luiz Loureiro, que se localizava nesse tempo, de fronte ao grande Mercado Público, que fora construído pelo Prefeito Praxedes da Silva Pitanga.
No comércio do Sr. Luiz Loureiro, o ritual era o mesmo e seu Luiz e dona Lozinha, sua esposa, além de contribuir, tinha sempre um comentário a fazer: “Esse Padre veio para servir e construir muitas coisas, vamos colaborar minha gente!”.
Vizinho a Luiz Loureiro, o Padre conversava com Cézar Nitão, que nessa época também era alfaiate, e com o Sr. Zé Conserva com a mesmíssima finalidade; entrava no mercado na porta da frente e saía na dos fundos
O Mercado que Pitanga construíra era uma imensidão, tinha salões faraônicos onde o pequeno e médio comerciante expunha os seus produtos e os comercializava ali mesmo.
Havia até um salão que se destinara a clube da cidade, que inclusive cheguei a frequentar quando jovem, havia bancas de calçados onde meu pai, Amaro Gonzaga Pinto vendia sandálias e sapatos por ele fabricados, Lourival Rodrigues vendia tecidos, tagarela como ele só, dentre outros produtos.
Mais adiante, havia uma ala destinada à venda dos mais variados tipos de carne, popularmente conhecida como Açougue, vendiam-se bichos vivos ou abatidos, de pequeno, médio ou grande porte, ali mesmo salgados e comercializados com os chamados “beradeiros”.
A mosca formava aquela nuvem sobre as cabeças deles mesmos, que indiferentes só estavam interessados em levar os bichos para casa e comê-los. Aves também eram vendidas ali, mortas e vivas.
O comerciante Luizito Leite, viera a se tornar amigo do Padre Zé, tanto quanto o Paulo Costa; a esse tempo também assumia uma importância similar, o Senhor Cláudio Arruda, no comércio de tecidos, em lojas, várias que não se diferenciavam em muito pouco das atuais, devido a variedade nos produtos comercializados por ele, cuja esposa, Dona Natilde, bela e exuberante, ajudava-o nessa tarefa diuturna.
O Padre seguia o seu trabalho e ia até a esquina onde seu Zé Figueiredo, também ao lado de sua esposa, Dona Chiquinha, tinha um comércio grande e de suma impotância, que chegou até a Cidade de Campina Grande, principal centro urbano do Estado da Paraíba, como o é até hoje.
A população em peso contribuía sem medir esforços, incrivelmente haviam pessoas que doavam até sacos de arroz ou feijão, conforme produzissem, e o Padre transformava tudo em dinheiro, para dar seguimento às suas obras de caridade.
Vanilton Souza, a propósito dessa doações, com a sua mente efervescente de criatividade, afirmava nos botecos onde bebia, que o Padre olhava pro horizonte quando ia chover e dizia: “Esse ano é arroz!”, A chuva caía em abundancia.
Fora assim que Itaporanga foi construída e tornou-se a Rainha do Vale do Piancó.
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