sábado, 14 de abril de 2012

Açude que abastece Itaporanga está com apenas metade do seu volume e cidade poderá ficar sem água

Se não chover forte nos próximos meses, Itaporanga poderá sofrer colapso no abastecimento


 
Por Isaías Teixeira/Sousa Neto/Folha do Vale

O volume d’água de Cachoeira dos Alves, açude que abastece Itaporanga, já é preocupante, principalmente por não ter chovido nos meses que normalmente o reservatório toma água.

O açude está com pouco mais da metade do seu volume total, precisamente apenas 56% de sua capacidade máxima, que é de 10,6 milhões de metros cúbicos d’água, conforme apurou  a Folha (www.folhadovali.com.br).

Se não chover nos próximos meses suficientemente para o açude repor sua perda hídrica, que é diária em função do grande consumo urbano, da evaporação e infiltração, a cidade poderá ficar em uma situação delicada, principalmente por não ter uma segunda opção de abastecimento nem estrutura para retirar água de outro reservatório e abastecer um contingente de pessoas tão expressivo.

Com um quantitativo populacional superior a 23 mil habitantes e que poderá passar dos 30 mil nas festividades juninas deste ano, Itaporanga é extremamente dependente de Cachoeira: se o açude secar, a cidade morre com ele.

Nos últimos 15 anos, com o aumento da população e o crescimento da construção civil, o açude ficou pequeno para atender toda a demanda local por água e não resiste a dois anos de estiagem, o que gera uma insegurança na população, mas parte dela já vive sem água regular por conta da precariedade do sistema adutor.

A situação dos demais açudes do Vale também preocupa. O principal reservatório da Paraíba, o Coremas/Mãe D’água, está com volume bem abaixo da média para o período. O açude, que suporta mais de 1,3 bilhão de metros cúbicos d’água, está com apenas 65% de sua capacidade máxima.

Na agricultura, as poucas e irregulares precipitações caídas até agora na região não foram suficientes para segurar a lavoura. Quem se arriscou a plantar e não tem irrigação, perdeu tudo. A esta altura, o homem do campo deseja que, pelo menos, chova para produzir pasto e juntar água para gente e bichos.

A seca deste ano contraria estudo divulgado por meteorologistas da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), que apontava para um bom inverno este ano no sertão paraibano, com precipitações mais intensas no primeiro trimestre, o que não ocorreu.

Mas o estudo também traz uma esperança. Ele afirma que o fenômeno La Niña, em atuação desde novembro passado, tem previsão de intensificar sua atuação a partir deste mês. O fenômeno caracteriza-se pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico e é responsável por mudanças no comportamento climático, podendo provocar chuvas no semiárido nordestino.

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