quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Josélia Vai Deixar Saudades


Josélia Vai Deixar Saudades

(Reynollds Augusto)

Eu tenho um hábito, que as minhas garotas condenam, e até criticam, que é nominar os meus veículos. É uma espécie de hobby. Personaliza, de certa forma, aqueles objetos utilitários e que parece fazer parte de nossas vidas. São os acessórios da existência e que nos ajudam a viver com mais satisfação na terra. É um carro, um som, uma música, uma roupa, um perfume, um computador, um violão...

Nada de grave, nada de apego. É apenas uma brincadeira.

Por exemplo, possuo um carro velho que o meu xodó. É o Escort. Eu não sei por quer cargas d’água a indústria o tirou de linha. É um carro confortável e bom de dirigir. Tive que comprá-lo, “forçado”,quando sofri um acidente, que quase me tirou a vida física. Os meus queridos pais, impactados pela minha dor, não deixavam eu viajar mais a Sousa, para concluir o curso de direito, de moto. O susto foi grande. Tive que aderir, de início, para satisfazer os velhos. Depois retornei a viajar de moto, novamente, quando a poeira baixou. Ponderei, pois a moto além baratear a locomoção à Sousa, ainda é a “enxada” do Oficial de Justiça.

Pois bem, o Escort, o apelido de BOBY ESCORT. Que logo, logo se transformará em “BOBY ESCORT SPIRIT SOM”. Será um nome apropriado, pois vou transformar o mesmo em um carro de som, para divulgar as maravilhas da Doutrina Espírita, que é Jesus de Volta.


Não dava mais para enfrentar grandes distâncias com o BOBY. Ele está velhinho e quase não tem peça de reparo no mercado. Ainda bem que tenho o “DOUTOR MARCONE”, que trabalha em ENILSON. O Homem entende de carro como ninguém e é quem faz as peças para o BOBY. Ufa!


Por conta disso tive que adquirir, como muito esforço, o Apolo. É um carro chique e quase pensa, o bicho tem sensor para todos os lados. O chamo de JACK APOLO e também é paciente do “DOUTOR MARCONE”.Ultimamente ele não está refrigerando bem e é um problema que preciso levar ao “doutor”para ser avaliado.

Mas a moto ainda não batizei, não tenho o costume. Contudo de uma coisa eu tenho certeza, um dos melhores mecânicos de moto de Itaporanga chama-se VADO, da Ginga Motos, lugar onde JOSÉLIA, trabalhava. Como o “Doutor Marcone” é especialistas em carros, o doutor VADO, é especialista em MOTOS. Sempre que“precisava e preciso me dirijo à “clínica” de motos” de Vado, que está sempre à disposição.

Ultimamente, o ambiente está diferente, triste, faltando algo. Eu descobri que é a falta da atendente JOSÉLIA.

Nós sempre conversávamos muitos e falávamos um ao outro dos nossos dramas pessoais, que faz parte da vida de cada qual. São ferramentas para que possamos evoluir crescer, desapegar e viver com mais consciência. O velho café muito adocicado, agora menos, depois da justa bronca, feito por LUCIANA, a esposa do DR VADO, servia de motivo para as nossas conversas.

Eu conhecia JOSÉLIA de muito, desde a adolescência. Participamos muito dos antigos “assustados” da vida, que hoje deve ter outro nome, apelidado pelos jovens. Esses encontros juvenis, antigamente, eram realizados nas nossas casas.

Lembro-me que certa fez a minha família se ausentou, de férias e a casa ficou vazia. Como eu u morava com a minha avó, não fui, e fizemos o maior ASSUSTADO de todos os tempos, na casa dos velhos, na então Rua Pedro Américo. Tudo ao som de Titãs, Madona, Ultraje a Rigor, Kid Abelha, A-HA, Cynde Lauper e etc. Sem falar nos forrós de seu Luiz. A época JOSÉLIA namorava o meu primo EMÍLIO e vivemos uma juventude feliz.

JOSÉLIA aparentava ser uma pessoa tranquila e me atendia sempre com alegria. Sei que é difícil, ainda, lidar com o tema morte, pois somos materialistas mesmos. Não tem gente mais materialista do que os pseusdosreligiosos, que enchem as igrejas da vida, procurando “se salvar” e não vivem a proposta do Cristo, fazendo a alegria do próximo. A companheira morte chega, vem o desespero momentâneo e o tempo arrefece a nossa dor e continuamos no mesmo jeito.

Mas essas reflexões me fizeram lembrar de considerações do Espírito Joana de Angelis, que sou “fanzasso”:

(...) A morte é, portanto, o traço de separação entre o estado orgânico do ser e o espírito que ele é, permanente e eterno.

À medida que se está a morrer, enquanto se vive, conveniente que se esteja também construindo o porvir e libertando-se do passado, como aprendiz que armazena os valores que o deverão acompanhar para sempre.

Oportunamente quero cumprimentar JOSÉLIA, que segue firme na vida que não cessa.

PENSE NISSO! E PENSE AGORA MESMO


www.pensenisso.itaporanga.net

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