quarta-feira, 1 de maio de 2013

O BARULHO DO SILÊNCIO

O BARULHO DO SILÊNCIO
(Reynollds Augusto)

Eu nunca gostei de barulho, de som alto, de voz estridente, apesar de, “de vez em vez”, precisar usar a “terapia do grito”, com as minhas lindas filhas adolescentes. Não que elas sejam trabalhosas, são maduras até demais é que a inflexão vocal, no devido tempo, realiza maravilhas. Sei que estou errado, mas só é de vez em quando e quem tem filho adolescente sabe do que estou falando.

Quando elas eram crianças o argumento era menos gravoso, mas resolvia. Utilizava a “terapia da cadeirinha”, em que ficavam horas e horas sentadas, uma virada para a outra, até se entenderem. Nunca precisei bater nas garotas, pois isso não ensina, não convence, oprime. E hoje bater é crime. Se bem que há “surras morais”, piores que qualquer espancamento.  Mas uma boa conversa, com amor e sinceridade resolve e convence.

Mas, gosto de estudar ouvindo clássicos. Isso me faz fixar a matéria, não permitindo que o pensamento “galope”. O pensamento, que no dizer do meu amigo empresário JOSÉ CAMPOS, é o maior passatempo do ser humano. Então a música de fundo segura a viagem mental e fixo mais as matérias jurídicas, que matura a mente e nos faz estudar, compreendendo cientificamente as relações humanas, que é o esteio do Estado de Direito. Mas não é disso que eu quero “falar”. Vou botar o meu clássico.

Eu não gosto de barulho, mas hoje descobri que detesto mais ainda o silêncio, sem razão. É que me encontro só, nessa casa grande, pois a minha esposa e filha menor precisaram viajar a João Pessoa, ontem, para se submeterem a tratamento médico. As adolescentes, que serviram de “cobaia” para o experimento da “terapia da cadeirinha”, estão na casa da tia, com a prima. Lá deve estar “um barulho danado”. Eu não sei por que adolescente gosta tanto de som alto. Nem quando era um deles  sabia.

Na verdade eu estou só, mas não estou solitário. Vou aproveitar o barulho do silêncio para colocar as casa mental em ordem, preparar uma linha de estudos para o próximo concurso jurídico, que é minha praia, que virá, e estudar ao som de clássicos e também de uma boa bossa nova, baixinho. 

O barulho do silêncio está me dizendo que devo valorizar mais os parentes, a esposa, as filhas, os amigos, os irmãos, pois a vida “escorre pelas mãos” e que daqui a pouco haverá a separação natural, normal, de todos, pela morte do corpo físico, que se aproxima todos os dias um pouquinho e que nunca está distante, pois o tempo é uma ilusão, segundo Einstein. E o até logo pode demorar, pois ninguém morre e nem vai se encantar, como diz o poeta. Mas é preciso falar o que se sente, quebrar o silêncio e amar, amar e amar. O reencontro pode demorar e, em alguns casos, nem pode acontecer.

 O barulho do silêncio está me pedindo para quebra-lo com uma palavra de amor, um grito terapêutico, uma música clássica suave, ou um Rock tipo anos oitenta, quando eu, adolescente, fazia um barulho danado, ouvindo musicas de então, com o som bem alto, musicando o momento mais feliz da vida do espírito, que é o da adolescência, dos sonhos, das ilusões.

O barulho do silêncio está pedindo que as minhas quatro vidas voltem para casa e que possamos juntos, viver felizes, o barulho da vida.

Ouça ENYA!!!

PENSE NISSO ! MAS PENSE AGORA MESMO.

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